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Município de Maputo promete centro de separação de lixo para este ano

Foto: O País

Trata-se de um centro de separação de resíduos sólidos, que, de acordo com a edilidade, será construído na Lixeira Municipal de Hulene com o objectivo de reciclar e reutilizar o material que, de outra forma, iria ao lixo.

Todo o lixo que é recolhido na Cidade de Maputo vai para a lixeira de Hulene. Parte do material poderia ser reutilizada ou reciclada para aliviar a carga da gestão dos resíduos no município.

A edilidade anunciou um plano para mudar isso ainda este ano.

“Neste momento, está a acontecer uma operação de ganhar espaço na parte frontal da lixeira de hulene. Entre o muro que está na avenida Julius Nyerere, haverá uma plataforma. Temos um plano e já foi feito o projecto de construir uma plataforma com uma sombra. Vamos chamar aquilo de Centro de Transitório e, mesmo com a abertura do aterro sanitário em KaTembe, vai continuar a funcionar, para evitar que aquilo que é aproveitável tenha de atravessar a ponte ou a portagem e depois voltar à cidade para ser reutilizado ou reciclado. Portanto, existe essa intenção que, a princípio, vai ser activa ainda este ano”.

Silva Magaia falava este sábado, durante as cerimónias centrais, na Cidade de Maputo, do Dia Mundial da Limpeza, comemorado em mais de 150 países, sob o lema “Um dia sem plástico”.

Nesta sexta-feira e no sábado, ambientalistas, activistas e milhares de voluntários em todo o país juntaram-se numa campanha de limpeza, por um dia sem plástico.

Em dois dias de activismo ambiental, Moçambique parou para, literalmente, dizer não ao lixo plástico no mar. É que este tipo de resíduos constitui um perigo à saúde do Homem, a medida em que é consumido pelos animais do mar, que depois são consumidos pelos seres humanos.

Em 2022, por exemplo, cientistas da Holanda e do Reino Unido encontraram microplásticos – plásticos de pequenas dimensões – em pulmões de pacientes de cirurgia e no sangue de doadores anónimos.

Por isso, o Dia Mundial da Limpeza, este ano, foi celebrado sob o lema  “Um dia sem plástico”, com o objectivo de consciencializar os cidadãos sobre os impactos ambientais do descarte correcto deste material.

A data é comemorada em mais de 150 países, a cada terceiro sábado do mês de Setembro.

Em Moçambique, as cerimónias centrais decorreram na Cidade de Maputo, onde mais de 13 grupos estiveram a recolher todo o tipo de resíduo sólido, numa extensão de cerca de 10 quilómetros, na zona do bairro dos pescadores, uma missão que deve ser assumida por todos os munícipes, segundo o Presidente do Conselho Municipal de Maputo.

“Ao associarmo-nos a “um dia sem plástico”, exorto todos os munícipes de todos os distritos municipais a abandonarem o uso de recipientes de plásticos, a reforçarem a limpeza de lugares públicos e a assumirem a gestão dos resíduos sólidos como uma responsabilidade colectiva em nome da saúde do planeta e pública”, disse Eneas Comiche.

O dia foi, não apenas para pôr a mão na massa, mas também na consciência e reflectir sobre as acções humanas sobre o meio ambiente.

“Acho que esta consciência vai consolidar-se, mas ainda temos muito que fazer. acho que a educação ambiental deve começar em casa e depois ter seguimento na escola, mas deve ser cultivada desde a tenra idade”, disse José Carlos, um dos voluntários.

Estima-se que mais de 2 milhões de voluntários participaram no evento em todo o país, o que, segundo o ambientalista e coordenador, em Moçambique, do movimento “Let’s Do It” (Vamos agir), que organiza a campanha do Dia Mundial da Limpeza.

“Conseguimos um marco histórico. Já sei que foi a maior participação de Moçambique no Dia Mundial da Limpeza, se juntarmos o trabalho que foi feito ontem, nas escolas, espaço públicos com o trabalho hoje nos bairros, povoações e espaços públicos. Mas também entendo que devemos trabalhar mais na sensibilização, para que amanhã não seja preciso fazer uma limpeza que implique tanta mobilização e que resulte em tantos sacos de lixo e tractores”.

Dados do Dia Mundial da Limpeza, de 2022 indicam que Moçambique ficou em terceiro lugar em termos de número de participantes, segundo lugar em participantes versus população nacional e em primeiro ao nível do continente africano.

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