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Município de Maputo abandonou o projecto de aterro sanitário em Matlemele

No dia da celebração dos 136 anos da Cidade de Maputo, o edil revelou que o Município abandonou o projecto de aterro sanitário conjunto em Matlemele, na Matola. Eneas Comiche diz que não estava a haver avanços em Matlemele, daí que a edilidade se vai concentrar só no aterro da KaTembe.

Muito se disse e se prometeu acerca do aterro sanitário de Matlemele, no Município da Matola. Até 2019, devia ter começado a primeira fase do funcionamento do aterro, mas até hoje nada avançou. O presidente do Município de Maputo diz que, face aos impasses que o projecto regista, acabou por optar por um projecto próprio em KaTembe, que já tem apoio do Banco Mundial, no âmbito do financiamento de 100 milhões de dólares à autarquia da capital do país.

“Abandonámos já há muito tempo porque o aterro sanitário de Matlemele já foi do meu mandato, mas isso era na Matola; não conseguiram retirar as famílias. E em 2019, quando iniciei funções, procurei efectivamente encontrar formas de trabalhar conjuntamente e criar condições. E nós procurámos ter um espaço e encontrámos esse espaço em KaTembe”, avançou Eneas Comiche, edil de Maputo.

Comiche diz que o encerramento da lixeira de Hulene pode acontecer ao longo do próximo ano ou pouco depois.
“O encerramento vai acontecer em 2024, pensamos que, daqui em um ano e meio ou dois, vamos encerrar o aterro.”
Sobre a requalificação e a reabilitação do prolongamento da Avenida Julius Nyerere, Eneas Comiche diz que está sob responsabilidade do Ministério dos Transportes e Comunicações, no âmbito do projecto BRT.

“A Avenida Julius Nyerere está inserida no âmbito do projecto de mobilidade urbana da área metropolitana do Grande Maputo, que está a ser coordenado por sua Excelência o Ministro dos Transportes e Comunicações. E nós temos feito reuniões regulares, portanto ali vai ser utilizado o sistema BRT.”

Quanto ao prometido sistema de transporte com veículos suspensos, designado FUTRAN, que estava previsto para 2022, o edil da capital do país explica que já foi assinado o contrato com parceiros chineses, visando a sua implementação.

“Mas o FUTRAN, eu já disse que o contrato já foi assinado, podem falar com o presidente da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento, o professor doutor e engenheiro João Ruas, quem esteve na China, onde esse contrato foi assinado. Nós procuramos não fazer grandes revelações, queremos ver as coisas do concreto.”

Em marcha cerimonial, ao som da banda da Polícia Municipal e da Polícia da República de Moçambique, o presidente do Município de Maputo depositou uma coroa de flores por ocasião da passagem, esta sexta-feira, dos 136 anos da Cidade de Maputo. No seu último discurso nesta efeméride, na qualidade de edil de Maputo, Comiche destacou realizações.

“No domínio das infra-estruturas entre as diversas obras realizadas e iniciadas, é de mencionar as seguintes: a construção do Balcão do Munícipe, a construção da pediatria do Centro de Saúde de Zimpeto e a melhoria de mobilidade para pessoas com deficiência no Centro de Saúde da Malhangalene.”

Já no fim de mandato, o edil de Maputo, que, quando começou a governação, tinha no plano o projecto “Txuna Maputo”, que consistia na melhoria das condições de vida dos munícipes, desde o transporte, o saneamento, a saúde, as vias de acesso até ao comércio, Comiche diz que alcançou o objectivo pretendido: “Txunámos Maputo  e muito bem”.

Ainda assim, persistem desafios: “A persistência de vendedores informais em lugares impróprios continua a ser um calcanhar de Aquiles na Cidade de Maputo; continuamos a procurar recursos para resolver os problemas de saneamento de meio”.
O combate à erosão em diferentes bairros é, também, um dos problemas notáveis que aguardam pela solução da edilidade.

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