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Município de Chimoio trava recrutamento de jovens para o terrorismo

Foo: O País

Na sua última visita à província de Manica, o Presidente da República, Filipe Nyusi, alertou que estava a ocorrer naquele ponto do país o recrutamento de jovens para engrossar as fileiras terroristas, que, há mais de cinco anos, semeiam pânico em Cabo Delgado.

Nyusi referiu que, apesar dos esforços para “empurrar” jovens para a insurgência, os terroristas têm estado a redundar no fracasso, uma vez que esta camada social tem estado a mostrar resistência em se alinhar às fileiras criminosas.

“Aqui em Manica, eles estão à procura, para levar miúdos para lá (para Cabo Delgado). Só que estão a ter muitos problemas aqui em Manica”, disse Nyusi, para quem os jovens da província são vigilantes e sérios.

Como que a fazer fé nas palavras de Filipe Nyusi, as autoridades do bairro Centro Hípico, arredores da cidade de Chimoio, “abortaram” o recrutamento de 14 jovens que, supostamente, engrossariam as fileiras terroristas.

O líder daquele bairro, Bernardo Canazache, revelou que, semana passada, uma mulher de nacionalidade Zimbabueana contactou alguns jovens de um grupo cultural da zona, para alegadamente viajar a Inhambane onde esperariam por “patrões” que viriam de Cabo Delgado levá-los para emprego em empresas que não revelou.

“Informaram-me que estavam para ser levados com uma mulher zimbabueana. Perguntei se já conheciam lá (Cabo Delgado), e se lhes foi dado algum dinheiro. Responderam que foram contratados pela mulher e que seriam levados por brancos para Cabo Delgado, e são trinta brancos”, contou Canazache.

De acordo com o líder, tais jovens decidiram contar o sonho de ter emprego, que, na sua óptica, já se estava a concretizar, e este alertou as autoridades policiais que trataram de prender a referida cidadã.

Neste momento, segundo referiu, o caso está sob investigação, mas resultados preliminares, que estão na sua posse, indicam que os jovens já estavam na rota de tráfico para fins terroristas.

O fenómeno já começa a preocupar as autoridades municipais, de tal maneira que o edil de Chimoio, João Ferreira, juntou, esta segunda-feira, jovens de vários bairros da cidade para apelar à vigilância.

“Quando virmos uma pessoa estranha, temos que dizer ‘aquele ali é estranho, aquele ali temos que controlar’. Como é que se explica que alguém que só vem com uma garrafa de água, pouco tempo depois, já é empresário? Como se explica isso? Não queremos isso na nossa cidade de Chimoio”, referiu Ferreira, perante centenas de jovens que aderiram ao encontro.

O suposto recrutamento de jovens para o terrorismo na cidade de Chimoio ocorre numa altura em que a insurgência começa a alastrar-se para outras províncias, como é o caso até agora, de Nampula e Niassa.

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