Há mais de cem construções abandonadas na Cidade de Maputo. A situação preocupa os munícipes, que relatam que os lugares albergam malfeitores e tornaram-se depósitos de lixo.
São infra-estruturas variadas, entre ruínas, construções inacabadas e terrenos baldios, cujo abandono constitui preocupação para os munícipes na Cidade de Maputo.
Isac Vilanculos trabalha, há mais de 10 anos, ao longo da avenida 24 de Julho, local onde se encontra um terreno abandonado, com indícios de construção, contou ao “O País” os constrangimentos enfrentados.
“O maior desafio tem a ver com a tranquilidade. Temos muito medo de passar por aqui à noite e sofremos com isso”, disse o munícipe, para depois sugerir: “O município deve dar um destino a este lugar; tem que ser aproveitado para construir infra-estruturas”.
Segundo contam os munícipes, os locais transformaram-se em esconderijos para malfeitores e em depósitos de lixo.
“Os moradores destes lugares fazem reciclagem, mas, de noite, aproveitam também para vandalizar e roubar. O lugar é um atentado à saúde, porque as pessoas passam por aqui e fazem-no de urinol”, queixou-se Geraldo Mandlate.
Na capital moçambicana, há mais de 100 ruínas e construções inacabadas abandonadas, e o município pretende reverter o cenário.
“São locais de criminalidade e de depósitos de resíduos sólidos, criando lixeiras informais, entre outros aspectos negativos que devemos corrigir”, explicou Silva Magaia, vereador para a área de Ordenamento Territorial, Ambiente e Urbanização, no município de Maputo.
Para tal, tem sensibilizado os proprietários para que reabilitem os imóveis ou apresentem um plano de utilização das construções.
“Nos casos em que não recebemos respostas, consideramos que as obras estão, de facto, abandonadas. Existem dispositivos legais que permitem ao Estado declarar a posse destas unidades”, referiu Magaia.
Por outro lado, o município de Maputo autuou mais de sessenta munícipes por construções ilegais em terraços ou laterais de prédios.