A terceira vaga da COVID-19 já assola o país, o número de infectados e de mortes têm estado a aumentar a olhos vistos. Entretanto, ainda assim, alguns munícipes continuam a agir como se nada estivesse a acontecer.
No bairro Inhagoia, cidade de Maputo, quase todos os residentes, de todas as idades, quer velhos, quer jovens e até crianças, “ignoram” a COVID-19. Na rua, as pessoas andam ao seu bel-prazer, em grupo, de mãos dadas e sem máscara.
As crianças agem, na rua, sem nenhuma preocupação, brincam à vontade, sem controlo de nenhum adulto e a frase “fica em casa”, existe apenas na teoria.
Justino António, também residente no bairro, estava na rua sem máscara e, quando questionado, mostrou-se indiferente.
“Tenho máscara, mas está no bolso. Vou usar depois, porque cansa estar toda hora de máscara. Não aguento”, afirmou.
Entretanto, apesar de parecer estar certo na sua atitude, quando informado da subida do número de casos e óbitos, aconselhou os outros a optarem pela prevenção.
No bairro em referência, parece que poucos é que têm noção do perigo. Cacilda Vasco, uma idosa, vinha carregada na cabeça, mas, ainda assim, não deixou para trás a máscara.
“Por causa da idade, tenho medo de corona, por isso nunca saio de casa sem a minha máscara e todos deviam fazer isso, porque os casos já estão a assustar”, apelou a idosa.
Nos mercados, a situação multiplica-se, no de Vulcano por exemplo, cidade de Maputo, alguns vendedores e clientes querem saber da chamada terceira vaga que já assola o país.
Logo à entrada, existe um ponto de lavagem das mãos, mas para as pessoas, o sistema está “invisível”, pois muitos entram e saem sem sequer lavar as mãos. Os poucos só o fizeram quando notaram a presença do “O País”.
Mesmo com o tanque cheio de água, os clientes enfrentaram dificuldades, as torneiras não tiravam água e, quando o faziam, era gota a gota, o que forçou muitos a desistirem.
No mercado Adelina, também na capital, existe o sistema de água instalado, mas já está obsoleto. Justino Calane, que frequenta o mercado, contou que o sistema só funcionou nas primeiras semanas após a instalação.
“Não levou muito tempo, hoje, já não há torneiras, o tanque não tem tampa e ninguém cuida, só gastaram dinheiro para instalar, porque não tem nenhuma função hoje”, reclamou o munícipe.
O número de casos, internamentos e óbitos tem vindo a aumentar drasticamente nas últimas semanas.