Mundo despede-se de Kofi Annan
Gana prestou último adeus ao antigo secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, num funeral estatal atendido por líderes africanos e a comunidade internacional que enfatizaram a sua luta pela paz mundial e humanismo.
Annan, laureado com Prémio Nobel da Paz em 2001, morreu num hospital suíço no mês passado aos 80 anos de idade. Os restos mortais foram, esta segunda-feira, transladados para Acra, capital do Gana, sua terra natal, onde é visto como um herói nacional.
Cerca de seis mil pessoas lotaram o auditório para o culto oficial de quinta-feira – o clímax de uma cerimónia fúnebre de vários dias, que viu seu caixão coberto com as cores nacionais do Gana, exibido para o público.
O actual secretário-geral da ONU, António Guterres, estava entre os dignitários presentes ao lado de ex-presidentes do Gana, líderes da Costa do Marfim, Libéria, Namíbia e Níger, e o príncipe herdeiro da Noruega. Moçambique esteve representado pelo antigo chefe de Estado, Joaquim Chissano.
Em discurso de homenagem, Guterres elogiou Annan, quem serviu como secretário-geral da ONU entre 1997 e 2006, como um líder excelente que nutre profunda fé no papel das Nações Unidas como uma força do bem.
“Numa altura em que enfrentamos tempos difíceis e turbulentos, permitam-nos inspirarmo-nos pelo legado de Kofi Annan,” disse Guterres.
“O nosso mundo precisa disso mais do que nunca”, acrescentou. A cerimónia foi projectada em telas do lado de fora do auditório para as multidões que não podiam entrar no local. Muitas pessoas da capital estavam trajados de preto como sinal de respeito. Na quarta-feira, a família de Annan e os dignitários do Gana estavam entre as centenas para arquivar seu caixão em meio a ritos tradicionais de chefes locais e líderes de clãs.