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Argentina é campeã do mundo: Messi como Maradona

Trinta e seis  anos depois, a Argentina é campeã do mundo. Numa final épica, provavelmente a melhor de que há memória, a “albiceleste” desperdiçou uma vantagem de dois golos, deixou escapar o triunfo no prolongamento, mas agarrou o título nos penáltis  (4-2).

Dibu Martínez travou um penálti de Coman enquanto Tchouaméni atirou ao lado. A selecção das “Pampas” converteu todos – Montiel foi o autor do remate decisivo.

Com a conquista da Taça Jules Rimet, Messi subiu, por fim, ao Olimpo do futebol e conquistou, por unanimidade, um lugar à direita de D10S. O capitão maradoneou neste Mundial, como disse Valdano, e sagrou-se (para quem achava necessário) como o melhor jogador de todos os tempos.

Em 2014, os argentinos cantavam que Messi lhes ia trazer a Taça. Foram precisos mais seis anos, mas “La Pulga” cumpriu o prenúncio. Liderada pelo capitão, a Argentina foi sempre uma equipa que emocionou as suas gentes pela forma como jogou: com sangue nos olhos, insuperável na vontade e na energia.

E ganhou. Talvez por Maradona, por Messi ou por um país inteiro que esperou o que pareceu uma eternidade desde que o génio de “El Pelusa” se soltou no México 86. Certo é que a “albiceleste” foi muito melhor que a França.

Scaloni recuperou Di María para a equipa inicial e juntou-o com Alvárez e Lionel Messi no ataque. No fundo, o seleccionador argentino agarrou-se ao jogador mais decisivo da história recente da selecção – resolveu a final olímpica em 2008 e Copa América em 2021, além ter marcado na Finalíssima. E foi por aí, que o campeão sul-americano começou a superar o exército gaulês.

A primeira parte dos argentinos roçou a perfeição. Os gauleses sentiram muitas dificuldades para travar o adversário e viveram momentos de sufoco. Valeu-lhes a perdida de Di María logo aos 17 minutos. O extremo da Juventus, porventura um dos mais subvalorizados da sua geração, conquistou um penálti volvidos quatro minutos – o árbitro considerou falta de Dembélé.

Messi, no dia em que se tornou no jogador com mais jogos em Mundiais, fez tranquilamente o 1-0. Sexto golo e liderança isolada na lista de melhores marcadores do torneio. A vencedora da Copa América continuou com a corda toda e assinou uma jogada que respeitou a estética e o bom futebol: tudo a três, dois toques até à finalização certeira de Di María na cara do guardião francês.

Deschamps nem esperou pelo intervalo: tirou Dembélé e Giroud e lançou Thuram e Kolo Muani. Apesar das trocas, a final parecia resolvida ao intervalo.

Na segunda metade, a Argentina voltou a entrar por cima e continuou a banalizar a campeã do Mundo. Porém, nunca se deve subestimar o coração de um campeão. Num ápice, Mbappé liderou a revolução francesa: o prodígio do PSG aproveitou um penálti cometido por falha imperdoável de Otamendi para fazer o 2-1 e, volvidos dois minutos, fez um belo golo.

A final ficou virada do avesso.

Já sem Di María em campo, a Argentina foi abaixo, caiu e parecia sem forças para se levantar. Por outro lado, a França atacava com tudo e parecia mais perigosa do que nunca. Martínez impediu que Rabiot consumasse a reviravolta e na resposta, Messi viu Lloris adiar-lhe a possibilidade de ser herói.

O jogo seguiu para prolongamento e a “albiceleste” voltou a agigantar-se. Lautaro Martínez falhou a melhor oportunidade da primeira metade do tempo extra na cara do guarda-redes gaulês. Mas, pouco depois, o 3-2 apareceu mesmo. Lloris ainda evitou o golo do avançado do Inter, mas foi impotente para travar a finalização de Messi na pequena área.

A França teve sete vidas e recuperou do duro golpe aplicado por “La Pulga”. Quem mais além de Mbappé, por muitos apontados como o herdeiro do “Rei” Pelé. Novamente de penálti, desta vez por braço na bola de Montiel, o avançado fez o 3-3 e chegou ao oitavo golo na prova. Assinou um hat-trick e igualou o feito de Geoff Hurst em 1966.

Os minutos finais agarraram-nos como nunca. Se Martínez fez uma defesa brutal com o pé no frente-a-frente com Kolo Muani, Lautaro fez lembrar a versão de Higuaín na final de 2014 e falhou uma excelente ocasião no lance imediatamente seguinte.

Nos penáltis, ganhou a Argentina – a melhor equipa.

MBAPPE COM A BOTA DE OURO E MESSI FAZ HISTÓRIA

Kylian Mbappé conquistou a Bota de Ouro do Mundial 2022 com um total de oito golos marcados na fase final, três deles na final frente à Argentina. Lionel Messi, que chegou a estar no primeiro lugar da lista dos melhores marcadores deste domingo, ficou no segundo lugar, com menos um golo do que o francês, mas voltou a fazer história.

Lionel Messi abriu o marcador da final do Mundial, na conversão de uma grande penalidade, e, nesse momento, saltou para o topo da lista dos melhores marcadores, com seis golos, mais um do que Mbappé.

Nesta altura, o argentino já fazia história, uma vez que se tornou no primeiro jogador a marcar em todos os jogos a eliminar de um Mundial: oitavos, quartos, meia-final e final.

Mbappé acabou, depois, por marcar dois golos em dois minutos e voltou a destacar-se no topo da lista dos melhores marcadores, com um total de sete golos, mais um do que Messi.

Já no prolongamento, Messi voltou a marcar e a igual Mbappé, mas o francês acabou por completar o hat-trick na conversão de mais uma grande penalidade e acabou por reclamar o título de melhor marcador.

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