Mulheres juntam-se na Cidade de Maputo com o objectivo de apelar para o maior rastreio do cancro da mama. Trata-se de um evento da iniciativa “Sejamos Amigas do Peito”, que se enquadra no âmbito do Outubro Rosa.
Através do movimento “Sejamos Amigas do Peito”, dezenas de mulheres reuniram-se, esta segunda-feira, com o objectivo de sensibilizar as demais a fazerem o rastreio e o cancro da mama.
Trata-se de uma iniciativa que junta mulheres com o histórico da doença, de modo a buscar estratégias para quebrar o preconceito e não assumir o cancro como sinónimo de morte.
Há cerca de um ano, Samira Salimo notou um nódulo na mama e o diagnóstico positivo da doença não tardou. De lá para cá, a sua vida teve uma revira-volta.
“Fui diagnosticada com cancro da mama em Outubro de 2021, foi um momento muito triste para mim. Quando me disseram que tinha a doença, foi um terror”, contou Salimo.
A paciente teve que tirar a mama, mas a vontade de viver não a fez perder a esperança.
“Consegui fazer a cirurgia, dois meses depois, comecei com a quimioterapia com oito sessões e tive sequelas. O meu cabelo caiu, as sobrancelhas também e foi um momento muito difícil”, contou Samira Salimo.
Felismina Almeida é outra mulher que fez o diagnóstico do cancro da mama e iniciou o tratamento há dois anos. Não esqueceu dos desafios ultrapassados nos primeiros dias da quimioterapia.
“A terapia deixou-me mal, tive vómitos, mal-estar e muita dor, mas consegui ultrapassar todas as sessões”, contou Felismina.
O mês de Outubro é dedicado à sensibilização para o rastreio e o tratamento do cancro da mama.
Nesta luta, as mulheres não estão só: “As campanhas de sensibilização devem ser bastante consistentes, para que possam abranger as zonas urbanas e, sobretudo, as zonas rurais”, defendeu Jorge Ferrão, reitor da Universidade Pedagógica de Maputo.
O cancro da mama é a segunda doença que mais mata em Moçambique, com uma média anual de cerca de três mil mortes.