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Mudanças climáticas: Moçambique passa a apostar em acções proactivas

Foto: FR

Acções antecipadas à seca contribuíram para que 13 200 famílias em Sofala estejam agora a viver em segurança alimentar, numa altura em que, nas zonas Sul e Centro do país, mais de 510 mil pessoas estão a enfrentar crise alimentar. Estes resultados levaram o Governo a decidir implementar a iniciativa em todo o país.

Na passada época agrária, o Instituto Nacional de Gestão de Desastre (INGD), em parceria com vários sectores, decidiram implementar de acções antecipadas à seca nos distrito de Caia e Chemba, na província de Sofala. É uma iniciativa piloto no processo de gestão de desastres, na componente da seca, que envolveu 13 200 famílias.

A experiência foi relevante na abordagem da prevenção e mitigação dos impactos negativos da seca, pois, nos distritos não abrangidos, resultaram em situações de insegurança alimentar e migrações forçadas.

“As acções estiveram centradas na componente de água e saneamento, componente agrícola e pecuária, e os resultados divulgados por um estudo efectuado pela Universidade Eduardo Mondlane mostram que as acções ora referidas minimizaram o impacto da seca de forma atempada nas comunidades beneficiárias, neste caso 13 200 famílias dos distritos de Caia e Chemba”, explicou Paulo Tomás, director da divisão de desenvolvimento das zonas áridas e semi-áridas.

Dados os resultados positivos da iniciativa para a época chuvosa e ciclónica 2024/25, está em curso, em todo o país, um processo de desenvolvimento de procedimentos operacionais e planos específicos de acções antecipadas à seca, cheias, ciclones e cólera.

“Neste seminário no qual nós estamos, queremos engajar outros actores, porque se tivéssemos alcançado mais beneficiários teríamos minimizado o impacto resultante da pouca precipitação nos últimos meses.”

Refira-se que a época chuvosa passada foi caracterizada por pouca precipitação nas zona Sul e Centro do país, onde de acordo com dados do Governo, causou insegurança alimentar em cerca de dois milhões e 800 mil famílias, das quais 510 mil estão a enfrentar crise alimentar, “que precisam de assistência humanitária imediata. O INGD está a assistir as referidas famílias, em parcerias com o Programa Mundial de Alimentos”.

Paulo Tomás falava na Beira, durante o workshop sobre acções antecipadas à seca. A secretária de Estado da província de Sofala, Cecília Chamutota, que orientou o evento, exortou o INGD e parceiros a serem proactivos, para salvar vidas, preservar os meios de subsistência e minimizar danos.

“O foco deve estar em prever, planear e gerir antes que estes eventos ocorram, fortalecendo a capacidade das comunidades implementando soluções resilientes e sustentáveis. Devemos adoptar uma abordagem multissectorial, envolvendo uma participação activa de todos os sectores”, exortou Chamutota.

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