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“Mudanças climáticas e conflitos violentos ameaçam a paz e segurança”, diz Nyusi

Foto: GPR

O Presidente da República, Filipe Nyusi, dirigiu na última sexta-feira a reunião virtual de Conselho de Paz e Segurança da União Africana (CPS-UA), cujo tema foi “Abordando Questões sobre Gestão de Riscos de Desastres em África: Desafios e Perspectivas para a Segurança Humana”. Na ocasião, o Chefe de Estado disse que as mudanças climáticas, associadas às tenções políticas, conflitos violentos, terrorismo, entre outros, ameaçam a paz e segurança e constituem causas de deslocações forçadas do número crescente de pessoas afectadas.

Filipe Nyusi, que falava na qualidade de presidente do Conselho de Paz e Segurança da União Africana (CPS-UA), alertou aos Estados-membros e aos parceiros de cooperação da organização para que trabalhassem para a redução de riscos de desastres naturais porque estes entre outros factores têm minado o desenvolvimento do continente.

“O desenvolvimento desintegrado, a pobreza e as mudanças climáticas são impulsionadores de catástrofes, que conjugados com fragilidade institucional e investimento inadequado na adaptação e resiliência, continuam a minar os ganhos de desenvolvimento, incluindo a implementação da agenda 2020-2063, bem como os desafios na implementação de projectos emblemático da União Africana, silenciando as armas em África, cuja implementação agora vai até ao ano 2030”, disse.

Ainda na sua intervenção, Filipe Nyusi disse que os riscos naturais em África incluem epidemias, doenças, pandemias, secas, inundações, incêndios florestais, terramotos, ciclones e erupção vulcânica. E, esses fenómenos quando ocorrem em áreas frágeis devido a conflitos exacerbam a vulnerabilidade das populações e diminuem ainda mais a sua capacidade de resiliência, multiplicando mais conflitos violentos.

“A pandemia da COVID-19 exacerbou ainda mais as catástrofes e emergências humanitárias, aumentando exponencialmente a população carente de assistência humanitária. A resposta da COVID-19 continua a requerer capacidade acrescida dos estados membros, dos parceiros de cooperação internacional e do sistema humanitário até aos limites”, acrescentou.

De acordo com o Estadista moçambicano as catástrofes são uma ameaça ao desenvolvimento e a segurança humana, cuja confluência de catástrofes e conflitos aumenta a complexidade das emergências humanitárias.

Foi por isso que, segundo Nyusi, “entendemos que é tempo de enveredar por práticas energéticas e proactivas no reforço da arquitetura de gestão de riscos de desastres porque estas ameaças perigam a segurança humana, retardam o progresso e a nossa existência como continente”.

Para reduzir os impactos dos efeitos das mudanças climáticas, a UA estabeleceu e desenvolve políticas e instituições para a gestão de riscos catastróficos, o programa de acção africana para a implantação de quadros para a redução de riscos de desastres 2015-2030, que visa prevenir novos riscos, reduzir os existentes e criar resiliência assente em três prioridades: “a primeira compreende o risco de desastres e reforçar a governação de  risco de desastres; a segunda, financiar o risco de desastres para a resiliência e reforçar a prontidão; e, a terceira, reconstruir melhor e resposta, recuperação e reabilitação”, detalhou Filipe Nyusi.

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