Uma em cada vinte pessoas perde seus pertences por mês nos transportes semicolectivos do Terminal Rodoviário Internacional da Baixa da Cidade de Maputo. Os bens são reservados nos armazéns da associação, mas poucos os reclamam.
É comum os passageiros esquecerem-se de bens durante viagens no transporte público de passageiros, e a maior preocupação tem sido como recuperar esses bens.
A família de Zito Arone é exemplo das pessoas que já passaram por esta situação. “Ele diz que o motorista chegou a uma zona no bairro Fomento, e uma das pessoas que estava a descer do ‘chapa’ descarregou bens dele e do meu irmão mais novo, sem ele se aperceber e os pertences não eram dele”, contou o passageiro.
Mas há quem teve um final feliz e conseguiu recuperar os bens. “O motorista encontrou o meu contacto e ligou-me; a mercadoria chegou até onde eu estava”, disse Lucas Manhique.
Alguns motoristas nacionais e internacionais no Terminal Rodoviário Internacional da Baixa contam que já passaram pelo cenário e depositaram vários bens nos armazéns da associação. “Quando [o bem] não é roubado pelos passageiros, eu encontro aqui, no carro, e vou deixá-lo no armazém. Quando aparece o dono, diz o que perdeu e encontra os seus pertences. Mesmo no carro, tenho ficado com muitas encomendas durante dois ou três dias e, se a pessoa não aparece, eu deixo-os com o fiscal”, avançou Cibossise Lhovo, motorista.
Pastas, fardos, mesa, até pneus são alguns dos bens não reclamados numa das associações de transporte na Cidade de Maputo.
Frederico Lopes, presidente da Associação dos Transportadores Rodoviários Internacionais da Baixa (MOZATA) afirma que os casos são frequentes. “É constante, as pessoas deixam as coisas nos carros, outros mandam e perde-se por vários motivos. Nós temos avisado os clientes: ‘quem vem com o seu bem é obrigado a controlar os seus pertences para que não corra o risco de perder ou ser roubado’”, esclareceu Frederico Lopes, presidente da MOZATA.
Segundo a Associação dos Transportadores Rodoviários Internacionais da Baixa, todos os pertences dos passageiros são guardados até que sejam reclamados, entretanto alguns ficam meses até anos e, quando nada acontece, as associações dizem que doam os bens.