O economista João Mosca diz que apesar dos preços de bens e serviços terem baixado, continuam acima do poder de compra da população. Mosca alerta que a crise poderá agravar-se ainda mais este ano, sobretudo, para as famílias de baixa renda.
“Apesar de ter baixado, a inflação continua acima daquilo que é a subida do poder de compra, das pessoas, sobretudo dos mais pobres. Portanto, o nível de vida desses grupos sociais mais pobres vai agravar-se este ano, o que significa que a pobreza pode aumentar, muito mais naqueles consumidores de rendimento baixo, que consomem bens importados e também alguns bens nacionais”, referiu.
Uma das soluções propostas pelo economista é a cedência das condições do Fundo Monetário Internacional em relação ao esclarecimento das dívidas ocultas.
“Não é verdadeiro o discurso de que se pode viver, a curto-prazo, sem a contribuição externa. Pode-se viver, mas com custos sociais muito altos. Apesar de a inflação ter baixado, continua acima do poder de compra dos mais pobres. Existe uma certa relação do comércio e dos transportes, mas as pequenas e médias empresas ainda não estão a produzir”.
O economista acrescenta explicando que as medidas do Banco Central ainda não começaram a surtir efeito, pois a economia continua a registar uma queda das taxas de crescimento económico.
Aprofunda referindo que a economia continua a registar uma redução das taxas de crescimento, o que significa uma desaceleração económica. O académico vai mais longe ao referir que as políticas monetárias ainda não têm um efeito importante sobre a economia real.