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Morte de “Cebolinha”: PRM impede vigília da família do malogrado

A Polícia da República de Moçambique usou cães e um forte contingente para reprimir uma vigília. O plano era da família do jovem que morreu nas celas da terceira esquadra, em Maputo. A Polícia diz que fez o que fez porque havia a intenção de perturbar a tranquilidade pública. Quanto à morte do jovem, a família diz que foi assassinado, enquanto a PRM diz ter sido um derrame cerebral.

“Mataram meu filho porquê? o que ele fez?”. São perguntas de uma tia que de um dia para o outro perdeu o seu sobrinho em circunstâncias estranhas. Massacar Abacar foi detido na semana passada por agentes da Polícia da República de Moçambique.

A detenção foi na quinta-feira e na manhã do Sábado, morreu! As razões, essas, colocaram a família aos prantos e revoltada, tudo por entender que a Polícia o assassinou.

“Meteram um plástico na cara para ele perder a respiração e mataram a ele”, disse, Sérgio Raimundo, irmão da vítima.

Revoltada, a família decidiu juntar-se a alguns membros da sociedade civil para fazer uma vigília defronte à terceira esquadra. Debalde! Não foi possível nem chegar perto da subunidade policial. Os agentes, com reforço de cães, não só bloquearam a passagem dos familiares do malogrado, como também de todos os cidadãos.

Após tomar conhecimento da detenção do jovem Cebolinha, a mãe diz ter se aproximado à terceira esquadra, mas foi impedida de ver o seu filho. “Quando cheguei na esquadra perguntei se o meu filho estava detido, responderam positivamente, disse que queria ver o meu filho e não me deixaram ver o meu filho”, disse a mãe da vítima.

A Polícia bloqueou a avenida Mao-Tsé-Tung entre as avenidas Tomás Ndunda e Salvador Allende. As velas até chegaram a estar acesas, mas sem chance de se chegar a marchar com elas. Isso revoltou a todos.

Havia menos de 30 pessoas. E a Polícia diz que a movimentação do contingente nada mais foi senão cumprimento do seu trabalho.

“A segurança pública faz- se de diversas formas, nós estamos numa zona, primeiro com um potencialidade para a violência, falamos da zona da Colômbia, e estamos a falar de uma manifestação que se chama para instalar-se numa subunidade policial. As pessoas podem usar desta oportunidade para criar tumultos, a segurança das pessoas é que está em primeiro lugar”, explicou Leonel Muchina, porta-voz da PRM, na Cidade de Maputo.

Sobre o alegado assassinato do jovem, a Polícia da República de Moçambique dise duas coisas: primeiro, sim, o jovem morreu na esquadra. Segundo, “o jovem perdeu a vida diante de uma situação de derrame cerebral, ocasionado não por uma agressão física que o jovem, eventualmente, teria sofrido, como se vem dizendo em alguma media. Ficamos ainda a saber que esta mesma família teria ainda sido solicitada pela unidade sanitária para prestar este depoimento de que o seu familiar teria perdido a vida diante de uma situação de derrame cerebral, disse Leonel Muchina, afirmando que em nenhum momento o jovem foi violentado.

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