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Morreu Máximo Dias (1937-2020), em Portugal

Morreu, na manhã desta segunda-feira, em Lisboa (Portugal), o advogado e político Máximo Dias, vítima de doença.

O combatente da luta de libertação nacional, fundador do Grupo Unido de Moçambique (GUMO) e do partido Movimento Nacionalista Moçambicano (MONAMO) morre aos 83 anos de idade. Máximo Dias foi presidente destes dois últimos movimentos e o GUMO.

GUMO era considerado um movimento “fruto natural de injustiças sociais, particular e predominantemente à população negra ou mestiça moçambicana”. Exigia, neste sentido, “um diálogo sério, tendente à obtenção da paz através da supressão das causas geradoras da guerra”.

Por isso, o mesmo movimento visava pressionar o governo colonial para negociar com a Frelimo, daí que, em Setembro de 1973, foi a Lisboa falar com o então Presidente do Conselho de Ministro do Governo Português, Marcelo Caetano, a fim de transmitir que a luta colonial tinha de ter o seu fim imediato e que o Governo Português deveria negociar com a Frelimo.

No âmbito do seu contributo na luta de libertação nacional, Máximo Dias entrou em choque com as autoridades coloniais que o prenderam por várias vezes. Em 1969, o advogado e político foi preso pela PIDE por ter dito, publicamente, que os colonos mataram o seu “Presidente”.

Em 1989, Máximo Dias dialogou com o Presidente Joaquim Alberto Chissano, no Centro de PICOAS em Lisboa, onde pediu ao antigo estadista moçambicano para alterar a Constituição da República vigente naquela altura.

Máximo Dias nasceu em 1937, no distrito de Morrumbala, província da Zambézia. Formou-se em Direito, em 1970, em Lisboa.

De 1961 a 1965, foi dirigente do Centro Africano de Manica e Sofala, período que construiu a sede desta associação, representativa dos naturais de Manica e Sofala.

Já em 1991, fixou-se definitivamente em Maputo, como advogado e secretário-geral do Partido Moçambicano Social Democracia (MONAMO/PMSD).

Três anos depois, ou seja, nas eleições legislativas e presidenciais de 1994, Máximo Dias candidatou-se como deputado e para Presidente da República.

Em 1999, o conceituado advogado e político foi eleito deputado da Assembleia da República pela Coligação RENAMO/UNIÃO ELEITORAL, da qual fez parte o partido Monamo/PMSD e mais outros nove partidos políticos de génese não militar.

Em Junho de 2001, Máximo Dias prestou juramento público como membro do Comité de Conselheiros que coordenou a elaboração da Agenda Nacional 2025.

Máximo Dias foi ainda membro do Fórum do Mecanismo Africano da Revisão de Pares (MARP), desde o ano de 2006 e, também, conselheiro da Plataforma da Justiça.

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