Moradores de alguns bairros da Cidade de Maputo queixam-se da inoperância das microempresas de recolha de lixo, mesmo com o pagamento de taxas. Segundo contam, chegam a esperar dias e são obrigados a acumular lixo nas ruas.
Acumular lixo doméstico nos sacos e esperar pela recolha virou hábito nos 46 bairros da Cidade de Maputo, desde que a edilidade contratou 46 micro-empresas.
O objectivo era garantir o saneamento em todos os bairros e melhorar a gestão dos resíduos sólidos.
Entretanto, segundo contam os moradores dos referidos bairros, tal realidade ainda está longe de ser alcançada, uma vez que chegam a esperar vários dias com sacos de lixo nos seus portões.
“Na minha zona eles têm recolhido o lixo somente quando entendem que devem fazê-lo”, queixou-se Stela Laura, residente no bairro das Mahotas, explicando que pela recolha ser demorada, ao fim do dia o lixo é devolvido aos quintais.
“Temos conservado o lixo nos sacos e nos plásticos, caso eles não recolham, não nos resta outra alternativa senão acumulá-lo e de seguida carregarmos para deitar nos contentores”.
O cheiro nauseabundo faz com que os moradores transformem as suas viaturas particulares em meios de transporte para o lixo.
Por isso mesmo, questionam o papel das microempresas, a finalidade das taxas de lixo e de saneamento que lhes são cobradas.
“É complicado e está a ser muito difícil. Temos que meter o lixo no carro para levar ao contentor. É muito mais triste ainda porque sempre pagamos taxas de lixo. Quem não tem carro para transportar o lixo até aos contentores deve acumulá-lo em casa”, queixou-se Laura Joaquim, outra moradora.
No bairro de Albasine, em algumas vias, o lixo transborda pelos contentores e a passagem está condicionada.
“O contentor encheu a mais de duas semanas e o município nunca mais veio para esvaziar e deixar este local limpo. As pessoas deitam lixo de qualquer maneira porque não têm outra saída”, lamentou Diolinda Sitoe.
E porque o problema cresce e expande-se também para outras ruas, a preocupação dos moradores é com a saúde pública.
“O lixo não está a ser controlado e isso tem causado muitas doenças. Em frente ao lixo há lojas e outros estabelecimentos comerciais, onde os produtos acabam por ser contaminados”, explicou Vicente Machaieie.
Indignados, os moradores esperam ver resolvido o problema e apelam para melhor intervenção das microempresas. Contactamos, esta segunda-feira, o departamento de comunicação e imagem do município de Maputo, sugerindo que voltássemos a manter contacto na manhã desta terça-feira, entretanto, não atendeu às nossas chamadas.