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Moradias na Polana Caniço podem desabar por força da erosão

Mais de 30 residências e uma rampa de protecção estão em risco de desabar nos bairros da Polana Caniço A e B, na cidade de Maputo, como consequência da erosão naquelas zonas.

Passa por aqueles bairros a estrada da avenida Julius Nyerere. Esta, por sua vez, foi requalificada há mais de três anos, uma empreitada do Conselho Municipal da cidade de Maputo e parceiros.

Na altura, como forma de combater os efeitos de erosão, foi também colocado talude de betão abrangendo moradias adjacentes, mas à vista, a estrutura está aos poucos a degradar-se.

Com a força das chuvas e ventos, a natureza vai denunciando a fraca qualidade da obra. Maior parte das residências está em desvantagem por localizar-se no topo do talude em desgaste.

Moradores dos bairros teimam qualquer perigo e pedem rápida intervenção das autoridades antes que o pior aconteça.

“Vivo aqui há 10 anos, como vê (indicando sua residência a menos de dois metros da cratera), a casa está quase a ceder e nós temos medo que mal ocorra connosco”, afirmou Carlos Mondlane, morador no quarteirão 10 da Polana Caniço A, acrescentando que a incerteza de acordar vivo aumenta, sobretudo, durante a noite.

“A rampa está cada vez mais a abrir-se e isso periga a situação das casas. Quando chove o trânsito é deficitário”, queixou-se Constância José, que também teme pela segurança das crianças.

A preocupação para com as crianças é também de Alifo Júnior do quarteirão 25 da Polana Caniço B. “É sempre necessário estar perto das crianças, para evitar que elas escorreguem e caiam pelo talude já esburacado”, apontou.

Estruturas do bairro afirmaram ao “O País” que o caso já está nas mãos das autoridades municipais, estando neste momento, a aguardar-se por uma possível intervenção.

“As casas estão de facto ameaçadas, com os ciclones que têm sido recorrentes, as mesmas não demorarão cair. Ano passado, por exemplo, comunicámos o problema ao Círculo do bairro. Os jovens da zona fizeram fotos do local e partilhámos com as estruturas, para ter ideia da gravidade da situação”, contou Alfredo Zita, chefe de quarteirão 10.

Em reacção, fonte do Conselho Autárquico de Maputo disse reconhecer o facto, e que proximamente o local vai beneficiar de actividades de reabilitação.

Refira-se que as obras que abrangeram a estrada e o talude nas margens da “Julius Nyerere”, foram inauguradas em 2016 e as mesmas custaram 12,5 milhões de dólares norte-americanos, fundos do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, Governo de Moçambique e do Banco Mundial (BM).

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