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Moçambique toma posse amanhã como membro do Conselho de Segurança da ONU

É amanhã que Moçambique toma posse como membro não-permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. A eleição ocorreu no ano passado e o país teve voto unânime dos 192 membros da Assembleia Geral presentes na sessão

Moçambique conseguiu convencer a África Austral, depois o continente todo, de que, pela primeira vez, estava em condições de ocupar a vaga de membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Mas isso não era suficiente.

É que a União Africana só tem pouco mais de 50 membros nas Nações Unidas e eram necessários pelo menos 129, dos 192 votos possíveis para que o país fosse eleito. Por isso, a diplomacia moçambicana constituiu uma equipa para fazer campanha do país. E foi feita, por sinal, bem-feita!

Como resultado, no dia 09 de Junho do ano passado, Moçambique foi eleito, não com 129 votos, mas com a totalidade de votos possíveis. No mesmo dia foram eleitos outros cinco membros não-permanentes. Nenhum deles teve tantos votos como o nosso país.

Cá no país, o Presidente da República, acompanhado por algumas figuras do actual Governo e dos Governos dos outros tempos, sentou-se na Presidência para acompanhar a cerimónia. Quando se concretizou a eleição, Nyusi era um homem feliz, mas consciente do quão isso representava em termos de responsabilidade.

De todas as responsabilidades, o compromisso com a paz toma a dianteira porque, como assinalou Nyusi, depois da eleição, “o nosso país tem história, tem cadastro e experiência de defender medidas de mitigação de conflitos e, acima de tudo, de promover soluções negociadas para a paz”.

O mandato de Moçambique é de dois anos e termina a 31 de Dezembro do próximo ano e não é imediatamente renovável, de acordo com a carta das Nações Unidas. Mas, isso não parece preocupar Moçambique, até porque tem agenda bem desenhada.

Prova disso é que, diante do primeiro-ministro de Portugal, país de onde é o secretário-geral da ONU, Filipe Nyusi disse que Moçambique vai-se juntar a uma causa defendida por vários líderes africanos e, até, de outros cantos do mundo, a reforma do Conselho de Segurança para permitir a entrada de outros membros para a lista dos permanentes.

Além disso, recentemente, concretamente, no primeiro dia do ano, o embaixador de Moçambique, Pedro Comissário Afonso, falou de uma agenda que deixou de ser apenas nacional e que será um dos maiores focos de Moçambique: o terrorismo. Pedro Comissário disse que o foco evitar que o fenómeno continue a ganhar raízes no nosso continente.

Todo o trabalho de Moçambique começa esta terça-feira, com a tomada de posse, onde estará representado por Pedro Comissário Afonso. Será ele mesmo que vai içar a bandeira do país no concerto das nações e proferir um discurso em nome dos moçambicanos. Como Moçambique, vão tomar posse outros quatro membros, nomeadamente o Equador, o Japão, Malta e Suíça.

De saída estão a Índia, a Irlanda, o México, Noruega e o Quênia, que será substituída por Moçambique, numa das vagas dos países africanos e asiáticos.

O Conselho de Segurança é o responsável por garantir a paz e a segurança internacionais e é composto por 15 membros, dos quais cinco e 10 não-permanentes.

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