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Moçambique reage à situação do Zimbabwe

O ministro de Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Balói, defende que a situação política no Zimbabwe, que culminou com a renúncia do então presidente Robert Mugabe, não compromete a situação diplomática com Moçambique. Para Balói, o assunto é apenas dos zimbabweanos e que eles saberão resolver seus assuntos. “Se a crise politica influenciar o nosso país, vai ser no melhor sentido, porque se os zimbabweanos tomaram a medida que tomaram é porque acharam que deviam dar um novo impulso ao ritmo de crescimento e desenvolvimento e assim sendo Moçambique irá beneficiar também”.
Para Balói, a actual mudança política é um sinal claro de que os zimbabweanos têm capacidade para resolver internamente as suas diferenças.

Segundo o chefe da diplomacia moçambicana, “os zimbabweanos depararam-se com um problema e resolveram entre eles. Parecem satisfeitos com a solução. Isso é que nos interessa”, acrescentou. Por sua vez, o antigo presidente da Republica, Joaquim Chissano, disse que Robert Mugabe foi feliz ao deixar o poder sem criar instabilidade ao país.

O antigo chefe do estado moçambicano considera que Robert Mugabe tomou a decisão correcta ao deixar o poder sem criar instabilidade política ao país.

Para Chissano, o facto de Mugabe deixar o poder não pode ser visto como um cenário de alegria, pois segue-se uma nova etapa quer para o país, quer também para o partido, porque “uma coisa são posições emocionais e a outra são os passos seguintes.

“O problema do Zimbabwe não é pequeno e a sua evolução não é fácil, sendo que será necessário sangue frio no seio de todos os zimbabweanos”, disse Chissano.

Momento de reinvenção
A activista social Graça Machel diz que a saída de Mugabe deve colocar a Zanu-PF a rever-se internamente.

“É mais um problema da Zanu do que uma transformação nacional, porque se prestar bem atenção perceberá que quer a liderança política que entra no poder, quer também a ala militar sempre fez parte activa da história do Zimbabwe desde a libertação nacional”, disse. A activista considera que “em 2008 a Zanu-PF perdeu eleições e os actores fundamentais para convencer Mugabe a não aceitar a derrota são as pessoas que hoje estão a remover o presidente Mugabe e eles estão na dianteira da liderança do país” disse.

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