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Moçambique quer angariar fundos na COP 26 para enfrentar eventos climáticos

Moçambique participa, no próximo mês, na 26ª Conferência das Nações Unidas para a Mudança do Clima, com o objectivo de mobilizar recursos financeiros para fazer frente a eventos climáticos que assolam ciclicamente o país. A informação foi avançada, hoje, em Maputo, durante as celebrações do septuagésimo sétimo aniversário das Nações Unidas.

Abreviadamente, designada COP 26, a 26ª Conferência das Nações Unidas para a Mudança do Clima é um evento que irá juntar líderes de 196 países para discutir os avanços no enfrentamento do aquecimento global. Moçambique, país ciclicamente afectado por fenómenos climáticos extremos, irá participar no evento que irá decorrer de 1 a 12 de Novembro, em Glasgow, na Escócia e já tem objectivos bem traçados.

“Em Glasgow, Moçambique vai divulgar e mobilizar recursos para a implementação da sua contribuição nacionalmente determinada; os compromissos do país para contribuir na meta global de redução de emissão de gases de efeitos de estufa. Neste contexto, apraz-nos registar, com enorme satisfação, o facto de Moçambique ter-se tornado no primeiro país a receber pagamentos de um fundo do Banco Mundial como recompensa aos esforços para reduzir as emissões do carbono, combatendo o desmatamento e a degradação florestal”, referiu Manuel Gonçalves, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação,

Manuel Gonçalves acrescentou que “a COP 26 realiza-se num contexto em que cresce a preocupação em Moçambique, na região e no mundo em relação aos impactos negativos das mudanças climáticas, havendo necessidade de esforços colectivos, a nível global, para fazer face a esse fenómeno que periga o alcance dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável”.

Na ocasião, a coordenadora residente das Nações Unidas defendeu que o organismo continuará apoiar Moçambique na gestão de desastres naturais e na pacificação do país.

“Moçambique está a trabalhar para ser resiliente a todos os tipos de crises, seja resiliência no sistema de saúde, climática como a resiliência à violência e extremismo. Esta resiliência é que faz com que o desenvolvimento seja sustentável. Apesar dos desafios que o país enfrentou nos últimos anos, com apoio contínuo da ONU, uma cultura de paz continua, por meio do apoio do enviado pessoal do secretário-geral das Nações Unidas para Moçambique”, indicou Myrta Kalaurd, coordenadora residente das Nações Unidas.

“Promover a resolução pacífica dos conflitos, por meio da comunicação e do diálogo, é a chave para garantir que os moçambicanos possam viver em paz e sem medo. Sabemos que um Moçambique sustentável, resiliente e inclusivo não é possível sem paz. As Nações Unidas estão empenhadas em apoiar as instituições e a sociedade civil moçambicana para promover o bem-estar de todos os moçambicanos, em particular os mais vulneráveis e marginalizados”, referiu.

 

NAÇÕES UNIDAS REAFIRMAM APOIO A DESLOCADOS 

A representante disse ainda que a organização está preocupada com a situação dos deslocados em Cabo Delgado, sendo que é sua preocupação contribuir para o fim do drama das populações naquele ponto do país.

“Estamos empenhados na estabilização e reconstrução rápida, para a garantia de condições para que as populações possam voltar às suas zonas de origem. É importante que, ao regressarem, tenham acesso a serviços básicos, já haja presença da administração e condições para o seu auto-sustento”, concluiu.

Ainda no evento, foi apresentada uma exposição fotográfica sobre eventos climáticos que afectaram o país e resiliência demonstrada pelas populações afectadas. Lembre-se que a relação entre Moçambique e as Nações Unidas começou em Setembro de 1975 e celebração do 76º aniversário das Nações Unidas decorre sob lema: “Construindo a resiliência através da esperança, recuperar-se da COVID-19, reconstruir de forma sustentável, responder às necessidades do planeta, respeitar os direitos das pessoas e revitalizar as Nações Unidas”.

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