A selecção nacional sénior feminina de basquetebol perdeu, na noite desta segunda-feira, diante da Nigéria, por 60-55, em jogo da terceira jornada da fase de grupos da 29ª edição do Afrobasket da Abidjan, Costa do Marfim.
As “guerreiras do Índico” até tiveram uma entrada promissora na partida, ao vencerem os três primeiros quartos, nomeadamente por 13-9, 28-24 e 43-42, dando sinais de vitória.
Porém, no último período, as tricampeãs africanas mostraram a sua grandeza e viraram o resultado perante alguns sinais de cansaço das moçambicanas, que tinham dado tudo ao longo dos primeiros 30 minutos.
O resultado final de 60-55 coloca as “guerreiras do Índico” na segunda posição do grupo D, com três pontos, depois de, na jornada anterior, terem derrotado o Ruanda por 72-55, falhando o apuramento directo para os quartos-de-final.
O jogo acabou por ser caracterizado pelas desqualificações de Leia Dongue e Carla Covane, nos últimos 10 minutos, por excesso de faltas, o que comprometeu a performance das “guerreiras do Índico”, que não conseguiram fechar-se para evitar a reviravolta nigeriana.
Nesse último período, a Nigéria acabou por fazer um parcial de 18-13, fixando o resultado final em 60-55 para a Nigéria.
Assim, Moçambique terá de passar por um play off diante da Guiné-Conacri, na quarta-feira, para chegar à fase do “mata-mata” da competição continental.
Batemo-nos bem diante de uma grande selecção, diz Salé
Na hora de fazer o balanço, Nasir Salé começou por recordar que Moçambique jogava contra uma grande selecção, que não perde nos últimos três Afrobaskets femininos.
“Hoje sabíamos que íamos defrontar uma selecção com muito boa qualidade. Jogámos contra uma grande equipa, jogámos contra um campeão africano, e penso que isso veio de uma experiência da outra equipa. A Nigéria faz hoje 26 jogos sem perder, portanto, nos últimos das três edições que teve nos Afrobasket, não perdeu”, disse.
Relativamente ao jogo em si, Nasir Salé afirmou que foram os detalhes que fizeram com que a selecção não chegasse à final com uma vitória certa.
Por seu turno, Leia Dongue lamentou a sua ausência nos instantes finais, ainda assim satisfeita com a prestação das suas colegas.
“Batemos-nos bem até o final, e o grupo esteve bem. A equipa conseguiu bater-se bem no momento em que eu estive ausente do jogo, e dar os parabéns ao grupo. Todos nós sabemos que jogamos contra a equipa campeã africana, com muito mais experiência. Penso que o facto de as jogadoras terem muito mais experiência, as qualidades individuais, conforme estava a dizer o treinador, os detalhes vieram de cima, mas, como disse no início, estou muito orgulhoso do grupo, por termos dado tudo de nós, muita luta”, revelou, frisando que mesmo as três jogadoras que tiveram a sua primeira aparição no Afrobasket estiveram muito bem.
Leia Dongue promete que “vamos continuar a representar condignamente o país neste campeonato”, salientando o desejo do grupo de chegar mais longe na prova.
“Guerreiras do Índico” querem ombrear de igual para igual com as adversárias
Nasir Salé explicou ainda que o jogo diante do Ruanda foi também mais difícil porque, segundo disse, “a atitude, a qualidade da Ruanda não se difere muito das restantes cinco equipas que disputam este campeonato, com a inclusão de Moçambique”.
Ainda assim, o seleccionador garante que a selecção está no Afrobasket para ombrear de igual para igual com todas as adversárias. “Viemos não só para participar, mas para realmente tirarmos partido daquilo que é o nosso melhor momento, independentemente da estrutura que nós temos, mas, de certa forma, poder encarar este campeonato de igual para igual”, avançou.
Ademais, Salé diz que, apesar da derrota diante da Nigéria, há um propósito do conjunto nacional. “Queremos continuar a lutar para um lugar muito melhor, dignificar o país, dignificar aquilo que é o nosso esforço, dedicação, e, acima de tudo, aquilo que tem sido o empenho por parte das jogadoras da própria Federação Moçambicana de Basquetebol, do próprio povo moçambicano, do Governo que nos apoiou bastante, e esta vai ser a nossa maneira de estar, continuar a lutar por um lugar melhor”, assegurou.