A delegação moçambicana liderada pelo Conselho Municipal de Maputo e pela Khuzula Investimentos é uma das atracções da presente edição do Mercado de Música do Oceano Índico (IOMMa). Esta semana, Maputo irá assinar um memorando de entendimento com a cidade de Sanite-Pierre, na Ilha Reunião.
Quando o Director do Mercado da Música do Oceano Índico (IOMMa) disse hoyo-hoyo, os moçambicanos presentes na sala de espectáculo do Kerveguen sorriram e aplaudiram com emoção. A palavra rhonga, que em português quer dizer bem-vindo, foi a única de origem bantu pronunciada por Blanc Blanc, durante a sessão da abertura de uma iniciativa que coloca os países africanos banhados pelo Oceano Índico no mesmo mapa cultural e turístico. Também por isso, a presença da Vereadora da Cultura do Município de Maputo, Isabel Macie, e de Moçambique foi referenciada várias vezes ao longo das intervenções feitas pela organização do IOMMa e pelas autoridades municipais da região francesa Ilha Reunião.
Fundamentalmente, Moçambique foi várias vezes destacado na abertura do IOMMa, esta segunda-feira, em Sainte-Pierre, porque aquele município da Ilha Reunião tem propósitos definidos com a Cidade das Acácias: intercâmbio cultural. Inclusive, há três anos, uma delegação local visitou Maputo para estudar propostas concretas de cooperação. É na sequência dessa visita, em 2019, que, esta semana, será assinado um memorando de entendimento entre Maputo e Sainte-Pierre.
Segundo Isabel Macie, o memorando em causa irá abranger as seguinte áreas: cultura, desporto e social. “Isto significa a promoção de Maputo na orla do Oceano Índico e a busca de parceria para a presença de artistas moçambicanos em eventos da região africana (Austral e Oriental) no mundo. Isto tem tudo a ver com o memorando que iremos assinar, tendo o foco concreto no sector cultural. O memorando é um desfecho de um processo que iniciou em 2019”, lembrou a Vereadora.
Na cerimónia de abertura também esteve o Director-Geral da Kuzhula Investimentos, Paulo Chibanga, para quem o memorando entre Maputo e Sainte-Pierre é uma oportunidade para desenvolver grandes projectos que irão favorecer os cidadãos das duas cidades do Oceano Índico. “Esta presença significa uma colaboração que irá permitir “exportar” artistas moçambicanos. Isso irá permitir-nos aprender e dar visibilidade aos criadores moçambicanos no mundo. E eles poderão apoiar-mos em áreas em que estão melhores do que nós”.
Para o Centro Cultural Franco-Moçambicano, Vincent Frontczy, a expectativa é que o memorando fortaleça a presença de Maputo em Sainte-Pierre, atraindo formação para o sector cultural. E esta é uma forma de dar continuidade à parceria entre o Franco-Moçambicano e o Scenes Australês, instituição que organiza o IOMMa.
No primeiro dia do IOMMa 2022, houve música. A abertura dos concertos foi feita por Gargar Meets Casbah, do Quénia, que, ao longo de mais ou menos meia hora, tocou ritmos que para algumas pessoas presentes no auditório aproximam-se aos sons da África Ocidental. Ao evento também foram convidados a actuar Saodaj, da Ilha Reunião, e Olo Blaky, de Madagáscar.
Além dos países mencionados, na edição 2022 do IOMMa também estão músicos de Seychelles, África do Sul, Maurícias e Tanzania. De Moçambique, actuará Radjha Ali, quarta-feira, num concerto com banda.
A parceria entre a Khuzula Investimentos e a Scenes Australês, com efeito, existe há 10 anos e já permitiu que Roberto Chitsondzo, Gran’Mah, Esaú Meneses e Deltino Guerreiro também lá actuasse