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Moçambique e Angola criam nova província anglicana

Foto: O País

As comunidades anglicanas de Moçambique e Angola já não fazem parte da província da África Austral. A separação é resultado da criação de novas dioceses nos dois países, cujos bispos foram sagrados hoje. Os dois países passam a formar uma só província.

Os crentes da Igreja Anglicana em Moçambique estiveram em festa hoje. A razão é uma: a igreja está a crescer. Para provar isso, basta notar que, desde hoje, o país passa a contar com mais quatro dioceses, nomeadamente, Maciene, Rio Púnguè, Inhambane e Tete, para os quais foram sagrados os bispos Agostinho Buque, Paulo Hansine, Emanuel Capeta e Sérgio Bambo, respectivamente.

Com a entrada em funcionamento destas dioceses, Moçambique e Angola passam a constituir uma província anglicana e, assim, deixam de pertencer à da África Austral, na qual ficou por 129 anos.

Para a celebração, houve de tudo: grupo coral com banda e, até, a presença de um artista convidado – Aniano Tamele – que se juntou ao grupo coral para anunciar “a volta de Cristo”, através da música com o título “Wavuya Yesu”, que significa “Jesus está a voltar”.

Enquanto, os crentes jubilavam, no rosto de quem acompanhou o crescimento da igreja em Moçambique brotava um sorriso de encanto, ele diria “encantadíssimo”, como descreveu o seu estado, Dom Dinis Sengulane, bispo emérito da Diocese dos Libombos, que outrora era responsável pelo país inteiro.

Antes disso, foi mais difícil, por isso ele disse: “viemos de longe”. O “longe” de que fala é a altura em que ele era o responsável pelas províncias anglicanas de Moçambique, Niassa e Angola, isso entre 2000 e 2003. “Hoje, esta mesma área tem 12 bispos e 12 dioceses”.

A Igreja Anglicana de Moçambique e Angola (IAMA) será dirigida, interinamente, pelo Bispo da Diocese dos Libombos, Dom Carlos Matsinhe, o mesmo que reconhece que esta “desanexação é um reconhecimento de que a Igreja Anglicana de Moçambique e Angola têm agora maturidade de contribuir para a comunhão anglicana no mundo inteiro como uma família”, disse Carlos, reconhecendo que se trata também de um desafio para um maior crescimento, mesmo assim, “nós estamos prontos para, dentro do possível, e com a ajuda de Deus, dirigir os destinos da igreja para que ela possa lograr mais sucesso”.

Na cerimónia de sagração, estiveram representadas várias outras confissões religiosas e representantes de órgãos do Estado. Em nome do Governo, esteve a ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Helena Kida, que mostrou disponibilidade do Executivo em apoiar os novos bispos no que for necessário na sua missão.

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