Moçambique caiu uma posição e é agora o sétimo país com o índice mais baixo no mundo. Os dados constam do Índice de Desenvolvimento Humano, lançado ontem, o qual destaca que, apesar dos progressos que os países registam no geral, há ainda muita gente excluída do desenvolvimento.
Apesar de Moçambique ter registado subida em alguns indicadores, como esperança de vida, que passou de 43 anos em 1990 para pouco mais de 55 anos em 2015, bem como o tempo de permanência na escola, de 2.7 para 5.4 anos no mesmo período, o país contínua no grupo de países considerados de baixo índice de desenvolvimento humano.
De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Moçambique caiu da posição 180 para 181, num universo de 188 países avaliados.
O nosso país encontra-se ao mesmo nível que Sudão do Sul, abaixo de países como Malawi, Eritreia e Guine-Bissau, em termos desenvolvimento humano. “Apesar de haver progressos significativos em vários indicadores, persistem desafios. O índice de desenvolvimento humano duplicou, desde 1990, mas ainda não chegou a todo território e os seus benefícios ainda não são sentidos por todos de igual forma”.
No geral, o mundo vem registando progressos assinaláveis nos domínios do desenvolvimento humano. Melhorou o nível de acesso à educação, a saúde e à renda em muitos países, no ano de 2016, quando comparado com os anos anteriores. Contudo, continua muita gente a viver abaixo do que é considerável digno para a pessoa humana, segundo o relatório sobre o desenvolvimento humano referente a 2016, lançado esta quarta-feira em Maputo.
“Algumas privações são persistentes no mundo. Uma em cada três pessoas ainda se encontra no nível de desenvolvimento baixo no mundo e 1,5 mil milhões de pessoas ainda vivem na pobreza multidimensional. Onze crianças com menos de cinco anos morrem a cada minuto e, a cada hora, perdemos 35 mães a darem à luz”, refere.
Para reverter a situação, o relatório propõe, entre outras mediadas, o mapeamento das privações sofridas por diversos grupos excluídos. “Seria importante identificar quem são esses grupos, onde se encontram e como é que essas privações os afectam”. Diz ainda o relatório que o alargamento do desenvolvimento humano requer uma articulação entre políticas domésticas apropriadas e as reformas globais favoráveis ao desenvolvimento.
Recomenda, também, a melhoria de oportunidades para as mulheres, mobilização de recursos para as prioridades de desenvolvimento humano, bem como maior atenção para os grupos que têm vindo a ser marginalizados nos benefícios do desenvolvimento.
Índice de Desenvolvimento Humano é um documento lançado anualmente pelo PNUD e avalia a qualidade de vida dos cidadãos nos países abrangidos pelo relatório.