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“Moçambique ainda não está em paz”, diz Ossufo Momade

Foto: O País

Enquanto prevalecer o terrorismo e os raptos, não se pode afirmar que o país está em paz. Estas palavras foram proferidas esta sexta-feira, em Vilanculos, na província de Inhambane, pelo candidato presidencial da Renamo, Ossufo Momade, no âmbito da celebração dos 32 anos dos Acordos Gerais de Paz.

O país “parou” esta sexta-feira para assinalar os 32 anos da assinatura do Acordo Geral de paz, em Roma, na Itália, com intervenção de vários protagonistas, com destaque para a Comunidade de Sant’egidio. Foram os signatários, Joaquim Chissano, o então Presidente da República e Afonso Dhlakama, o falecido presidente da Resistência Nacional Moçambicana.

Os esforços para devolver a paz ao país foram “grandiosos”, contudo, hoje, o actual presidente do partido Renamo, em plena celebração do dia da paz, diz que ainda não se pode dizer que os moçambicanos estão em paz, pois a zona norte está a ser fustigada pelo terrorismo.

“Neste momento, não podemos afirmar que Moçambique está em paz, quando temos irmãos em Cabo Delgado sendo mortos pelo terrorismo e pela ausência do Estado. Muitos dos nossos irmãos estão na condição de deslocados de guerra a passar necessidades e a clamar pela acção de todos nós”.

Além do terrorismo no norte, Ossufo também falou dos seuqestros e raptos no sul. “A onda de sequestros que vem crescendo na Cidade de Maputo sob olhar impávido do governo e das Forças de Defesa e Segurança, são também indicadores de que não estamos em paz no país”, defendeu.

Apesar de assumir que a paz ainda não é plena, Ossufo Momade não deixou de saudar o “grande passo” de busca de paz, alcançado entre a Renamo e o Governo. “O processo de paz não foi fácil, não se tratou apenas de assinar acordos, mas da compreensão e respeito mútuo, em que é preciso cultivar a paz e respeitar as diferenças. A reconciliação exige verdade, justiça e, acima de tudo, empatia”.

Além de criticar, o líder da Perdiz, mostrou-se comprometido com a manutenção da paz e reiterou que é preciso que se faça mais pois “cada passo que damos na construção de uma sociedade mais justa é um atributo àqueles que lutaram e ao valor de um futuro em que todos possam viver em harmonia”.

Faltando apenas 5 dias para as sétimas eleições gerais, Ossufo Momade apelou para o respeito dos princípios democráticos e pela vontade popular a ser expressa nas urnas, em homenagem “a todos aqueles heróis sacrificados pela luta por eleições livres, justas e transparentes”.

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