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Moçambique abstém-se de condenar anexações russas na Assembleia-Geral da ONU

Foto: DW

A Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução que condena a anexação de territórios ucranianos pela Rússia. Mais de 140 países apoiaram a medida, entre eles está Angola. Entretanto, Moçambique voltou a abster-se de condenar a Rússia.

O projecto de resolução, elaborado pela União Europeia e copatrocinado por dezenas de países de vários continentes, obteve, na noite desta quarta-feira, 143 votos a favor, cinco contra e 35 abstenções dos 193 Estados-membros da ONU, reforçando o isolamento de Moscovo na panorama internacional.

De acordo com a DW, das quatro resoluções aprovadas pela ONU desde que as tropas russas invadiram o país vizinho, a 24 de Fevereiro, esta foi a que conseguiu reunir o maior apoio da Assembleia Geral à Ucrânia e contra Moscovo.

Votaram contra este texto a Rússia, Bielorrússia, Síria, Coreia do Norte e Nicarágua, e entre os países que se abstiveram estão Moçambique, China, África do Sul, Guiné Conacri, Índia ou Cuba.

Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Brasil e Timor-Leste votaram a favor e os votos da Guiné Equatorial e de São Tomé e Príncipe não foram registados, segundo o placar da votação apresentado na Assembleia Geral.

“A ONU não tolerará tentativas de anexação pela força. (…) A única maneira de trazer a paz é parar com essa agressão, exigir responsabilidade, permanecer juntos com convicção, mostrar o que não vamos tolerar”, disse a embaixadora norte-americana junto à ONU, Linda Thomas Greenfield, minutos antes da votação.

Os factos são claros: um Estado-membro da ONU – com assento permanente no Conselho de Segurança [Rússia] – tentou anexar um território do seu vizinho à força. Este Estado-membro da ONU não apenas colocou o seu vizinho na mira, mas também colocou na mira o princípio central desta instituição: um país não pode tomar o território de outro à força”, frisou.

A diplomata norte-americana apelou ainda a que os Estados-membros se colocassem no lugar da Ucrânia e imaginassem uma possível tentativa de anexação dos seus territórios, escreve a DW.

Por sua vez, o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, insistiu que o seu país está a actuar na Ucrânia em defesa de uma população e que os referendos, e consequente anexação, tiveram o apoio da população local.

Nebenzya descreveu a resolução como um instrumento “politizado e abertamente provocativo e garantiu que é uma mensagem de confronto que “pode destruir todos os esforços a favor de uma solução diplomática para a crise”.

“Não tem nada a ver com a protecção do direito internacional e os princípios da Carta das Nações Unidas. Ao apresentar este projecto, os países ocidentais estão a perseguir os seus próprios objectivos geopolíticos e mais uma vez tentando usar os membros da Assembleia-Geral”, alegou.

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