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Moçambicanos disseram “sim” ao chamamento dos Mambas

A envolvência dos moçambicanos foi determinante na qualificação dos Mambas ao CHAN 2022. No conjunto das duas mãos, adeptos de todo o país uniram-se numa só causa, apoiando incondicionalmente a selecção nacional.

Uma só causa, uma só nação! Os moçambicanos provaram com evidências o seu sentido patriótico, abraçando a causa dos Mambas de diversas formas possíveis.

Durante a campanha que culminou com a qualificação do combinado nacional para a segunda prova mais importante organizada pela Confederação Africana de Futebol (CAF), foi notória a envolvência dos moçambicanos.

A crença dos moçambicanos numa possível qualificação da selecção foi evidente, sobretudo, na vitória sobre a Zâmbia, no jogo da segunda mão, com o único tento a ser apontado por Lau King.

Esse triunfo ditou que Moçambique calhasse com o Malawi, adversário que, apesar de não ser fácil, era tido, pelos adeptos moçambicanos, como estando ao alcance dos Mambas. Nas vésperas do jogo da primeira mão, vários movimentos foram criados tendo em vista apoiar a selecção.

Da província de Tete, um grupo de adeptos organizou uma excursão, com o objectivo de transmitir o calor à selecção nacional, no jogo da primeira mão. Iniciativa semelhante verificou-se na província do Niassa, onde um grupo de adeptos também se juntou à causa.

A presença dos adeptos no Bingu Stadium, em Lilongwe, viria a ser determinante para o conjunto moçambicano, tendo em conta que terá sido lá onde se começaram a desenhar os possíveis cenários de qualificação.

Jogando num ambiente hostil, porém com o calor de um número considerável de moçambicanos nas bancadas de um dos estádios que têm sido um talismã para os malawianos, o conjunto de Chiquinho Conde conseguiu um empate importante, por uma bola.

O resultado abria boas perspectivas para o jogo da segunda mão, visto que, jogando em casa, o combinado nacional só precisava, no mínimo, de um empate sem golos para garantir a qualificação. Apesar dos deuses jogarem a favor dos Mambas, os adeptos apelavam à calma.

O resultado obtido em Lilongwe espevitou os moçambicanos, fazendo com que tudo gravitasse à volta dos Mambas, através de vários movimentos à escala nacional. Esse facto fez com que a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) pedisse à CAF para anuir a presença de mais de 20 mil espectadores, o que o organismo que gere o futebol fez.

CRENÇA E MUITA EUFORIA

À semelhança do que aconteceu no jogo da primeira mão, em Lilongwe, os adeptos moçambicanos voltaram a abraçar a causa dos Mambas. Mas, desta vez, de forma diferente.

Se por um lado, em Lilongwe, apenas uma parte dos moçambicanos marcou a sua presença para apoiar o combinado nacional, por outro, no Estádio Nacional do Zimpeto, houve convergência de quase todos os moçambicanos.

Não era para menos, era o jogo de tudo ou nada. Ou seja, os adeptos queriam testemunhar a já quase certa qualificação do Mambas ao CHAN por perto. Movimentos de quase todas as províncias fizeram-se sentir ao longo da semana, o que veio confirmar-se no dia do jogo.

Das províncias de Niassa, Tete, Gaza, Maputo e Cidade de Maputo foram criados muitos movimentos e excursões tendo em vista apoiar os Mambas. Um grupo de adeptos de Niassa deslocou-se a Maputo, quer via terrestre e aérea, com uma só finalidade: apoiar e testemunhar a segunda qualificação dos Mambas para o CHAN.

O mesmo movimento verificou-se com os adeptos da província de Tete, por sinal, os pioneiros da primeira excursão para Lilongwe, os quais, mais uma vez, responderam ao chamamento da nação, através do apoio à selecção nacional.

“Não queria perder a oportunidade de testemunhar a qualificação da minha selecção. Estarei sempre presente em todos os momentos dos Mambas. Estou feliz porque conseguimos o que mais queríamos. Obrigado aos Mambas”, disse um dos adeptos que se deslocou de Tete para Maputo.

Mais de 100 adeptos saíram da província de Gaza para apoiar os Mambas. Estes consideram que valeu a pena ter abraçado a iniciativa, que, segundo disseram, contou com o apoio do governo local.

“Era preciso juntar-se à causa. Para o nosso agrado, tal como esperávamos, conseguimos a segunda qualificação para esta importante prova. Nós, como moçambicanos, sempre estaremos juntos com a nossa selecção”, disse Rui Sousa, chefe da claque da província de Gaza.

A Associação Provincial de Futebol de Maputo juntou-se, também, ao movimento à volta da selecção. A agremiação organizou uma excursão para apoiar os Mambas, iniciativa que teve muita adesão dos adeptos.

Ainda da província de Maputo, desta feita do distrito de Marracuene, um grupo de adeptos marcou presença no Estádio Nacional do Zimpeto, com o apoio do governo distrital.

“Os Mambas merecem todo o nosso apoio. É por essa razão que fomos ao estádio. Estamos todos de parabéns, sobretudo os jogadores e a equipa técnica pela entrega e dedicação, não só nos dois jogos contra o Malawi, mas também em toda a campanha de qualificação”, disse um dos adeptos de Marracuene.

Após o término do jogo, em que os Mambas empataram sem abertura de contagem, resultado suficiente para garantir a qualificação, os adeptos invadiram o interior do estádio para, junto dos jogadores, festejarem o momento. Não era para menos, Moçambique conseguiu a segunda qualificação para o CHAN, após ter realizado a mesma proeza em 2014.

 

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