A ministra do Trabalho e Segurança Social diz que submeteu uma queixa-crime contra Paulo Vahanle por a ter acusado de delegar alguém para o assassinar. Margarida Talapa classifica as acusações do edil de Nampula como pura provocação.
“Não respondo porque é provocação, vocês sabem muito bem que eu não sou esse tipo de pessoa e coloquei o caso às instâncias jurídicas. Esperemos que eles respondam e tragam a verdade”, assim reagiu a ministra do Trabalho e Segrancaa Social, duas semanas depois de o edil de Nampula, Paulo Vahale, ter falado ao público de uma suposta tentativa de assassinato durante as festa do Dia da Cidade de Nampula.
Na altura, o edil de Nampula disse que a sua segurança deteve um homem que confessou pertencer à Unidade de Protecção de Altas Individualidades (UPAI).
O suposto assassino foi detido na posse de uma arma de fogo, do tipo pistola, carregada com 15 munições. O edil de Nampula contou também com um ajudante de campo, que também é membro da UPAI. Este ajudante teria reconhecido o indivíduo como colega, mas disse desconhecer as razões da sua presença no local das festividades.
Na ocasião, Vahanle foi um homem de muitas convicções, ao revelar nomes supostamente envolvidos: “Nessas investigações, disse que vinha a mando, aliás, lamentou-se e disse que iria sofrer ou que seria morto por causa da ministra do Trabalho. Nós ficámos sem perceber, como é que é a ministra do Trabalho que vai delegar alguém para essa missão?”
Reagindo à situação, nesta segunda-feira, a ministra do Trabalho e Segurança Social, Margarida Tapala, foi uma mulher de poucas palavras e disse que o caso já está nas mãos da justiça.
Sobre a suposta tentativa de assasinao, importa referir que a Polícia da República de Moçambique, através do seu porta-voz do Comando Provincial de Nampula, Zacarias Nacute, nega que tenha havido uma tentativa de assassinar o autarca e destaca que o acusado é membro da corporação e estava escalado para proteger o edil e a população.
Refira-se que o ex-presidente do Município de Nampula, Mahamudo Amurane, foi assassinado a tiros disparados em pleno dia em que o país celebra a passagem do vigésimo quinto aniversário da assinatura dos Acordos Gerais de Paz.
MOÇAMBIQUE E CABO VERDE ASSINAM ACORDO DE SEGURANÇA SOCIAL
Talapa falava após a assinatura de um acordo, que vai permitir aos cidadãos de Moçambique e Cabo Verde fazerem descontos de segurança social, tanto num país como no outro.
De acordo com o ministro do Estado, da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social de Cabo Verde, Elísio Freire, o memorando vai também no sentido de se criar condições para que haja uma verdadeira mobilidade no espaço da CPLP.
“Nós temos uma juventude qualificada que precisa de ter acesso ao mercado de trabalho, é necessário que as nossas instituições criem essas condições. Nos códigos laborais, deve ter, por um lado, tentar garantir que haja condições dignas de emprego, mas deve também olhar de uma forma muito especial para aqueles que estão à espera de uma oportunidade, para entrarem no mercado de emprego”, destacou Elísio Freire, Ministro do Estado, da Família de Cabo Verde.
Por sua vez, Margarida Talapa disse que o acto representa o incentivo da cooperação económica, social, cultural e jurídica entre os Estados-membros. “A mobilidade dos cidadãos da CPLP ganha uma nova dinâmica com o crescimento nos últimos anos da dimensão da cooperação económica, financeira e empresarial. Compete-nos criar condições para garantir a produção laboral dos nossos concidadãos”, disse Margarida Talapa, ministra do Trabalho e Segurança Social.
O acordo entre os dois países tem a duração de cinco anos renováveis.