Com direito a oferta de rosas, presença de grandes figuras nacionais e estrangeiras, foi lançada a 82ª edição da Feira do Livro da Minerva da Central, uma das mais antigas livrarias do continente africano. A cerimónia de lançamento do evento literário aconteceu na noite desta quinta-feira, e contou a presença do Ministro da Cultura e Turismo, Silva Dunduro.
Além do governante, Teodoro Waty, Marcelo Panguana, Eduardo Quive, Cristiana Pereira, Arcélio Tivane e Lucílio Manjate foram alguns dos oradores escolhidos para discursar acerca do seu contributo no universo da literatura. Cada escritor, à Minerva Central, procurou levar uma sumula de uma das suas obras, desta forma convidando os leitores a aumentarem ainda mais o gosto pela leitura e o, naturalmente, o desejo de as ler.
Teodoro Waty, no seu discurso, aproveitou a oportunidade do lançamento de mas uma feira para dizer que “A Minerva Central, longe de ser uma inimiga, é uma concorrente, estamos a falar de uma concorrência sã, uma concorrência que produz amizade, que produz sinergias, estamos a festejar o livro em várias dimensões, estamos a festejar o conhecimento pelo livro”, disse.
A abertura da feira foi feita pelo Ministro da Cultura e Turismo, Silva Dunduro, que em seu discurso trouxe uma novidade, a futura localização da Minerva Central. A casa dos livros vai deixar a actual localização. No entanto, as futuras instalações estarão prontas daqui a três meses, numa das principais avenidas da capital do país: 25 de Setembro. Mais essa ainda não é a novidade completa. Na verdade, a Minerva Central vai passar a ocupar as instalações do café e restaurante Continental, daí a Direcção da livraria ter decido mudar o nome. A Minerva não mais se chamará Central, mas Continental, ou melhor, Minerva Continental.
Silva Dunduro apelou aos escritores e apreciadores de literatura para que participem nas feiras do livro e do disco. “A feira realiza-se num momento em que estão em curso as fases distritais do X Festival Nacional da Cultura, cuja fase final decorrerá na Província do Niassa, de 26 a 30 de Julho. Desta forma, exortamos aos escritores e apreciadores da literatura, instituições públicas e privadas que participem nas feiras do livro e do disco, nos debates e nas oficinas literárias a ter lugar no contexto do Festival”, apelou o ministro.
Victor Gonçalves, coordenador da feira do livro, explicou de onde surgiu o projecto “Minerva Continental”.
“A ideia surgiu de várias maneiras. Primeiro, o continental vem a degradar-se há vários anos, aos nossos olhos, pois somos vizinhos, custa-nos como instituição histórica que somos, ver a degradação de um espaço e não podermos fazer nada. Segundo, a ideia de um café, onde tu podes estar, ler o jornal, ler um livro, beber um café, comer um sushi, comer uma refeição, sempre nos pareceu muito simpática, pois achamos que a cultura e a gastronomia estão inexplicavelmente ligadas”, contou Victor.
O coordenador conta ainda que o continental “ficou livre há cerca de um mês, e nós abordamos os proprietários no sentido de saber se haveria algum interesse de vender o espaço. Falamos também com o Ministério da Cultura e Turismo que nos deu o seu apoio, e nós avançamos”.
No evento, convites foram deixados a todos os amantes da literatura moçambicana, todos agendados para o início de Maio. Para o dia 03, a proposta é feita por Arcélio Tivane que vai falar sobre seu livro “Você Pode Ser Rico”. Na mesma onda de conversa, surge o convite feito por Ungulani Ba Ka Khosa, para o evento marcado para o dia 11, tendo como tema de conversa a sua última obra lançada, “Gungunhana ”. Nos dias 8 e 10 de Maio, Marcelo Panguana e Teodoro Waty respectivamente, vão lançar um livro.