Na cidade de Maputo, há milhares de alunos ainda por matricular. A meta de inscrever mais de 353 mil alunos não foi alcançada, em parte, por fraca afluência dos pais e encarregados de educação.
Não se conhecem, ainda, os motivos que fazem com que muitos alunos não estejam matriculados nos vários subsistemas de ensino, na cidade de Maputo, uma situação que precisará de ser compreendida pelos especialistas do sector de educação.
Carol Moreira pretende frequentar este ano lectivo a oitava classe, ela diz que ainda não se matriculou devido à falta de dinheiro. Entretanto, a matrícula escolar de primeira a nona classe é gratuita em Moçambique. Precisamente hoje, dia da abertura oficial do ano lectivo, ela diz que já dispõe do valor para se matricular.
“Vim tratar da matrícula. Vim hoje porque ainda não tinha os trezentos meticais de que precisava para me matricular.”
Mesmo assim, Carol não se matriculou naquele momento, pois, devido às medidas de prevenção da COVID-19, foi orientada a retornar à escola no período da tarde para concretizar a sua inscrição.
Enquanto isso, Deó Cumaio, de 15 anos de idade, já está matriculada na Escola Secundária Zedequias Manganhela para frequentar a décima primeira classe e sonha formar-se em medicina. Ela sabe da existência da COVID-19 e das medidas a ter em conta para a sua prevenção e, em relação à frequência das aulas, considera o novo ano lectivo desafiador.
“Não será tão fácil porque a normalidade não será a mesma. Visto que a COVID-19 está presente no mundo e no nosso país, o método de ensino não será o mesmo”, disse a adolescente.
Para o presente ano lectivo, nas 299 escolas existentes na capital do país, esperava-se matricular um universo de 353.938 alunos, mas o número não foi alcançado. Para a primeira classe, a meta era matricular 21.649 e matricularam-se, até ao momento, 16.939.
Para a oitava classe, pretendia-se matricular 15.925 e matricularam-se 10.183. E, para a décima primeira classe, a meta era matricular 10.082 alunos, no entanto foram matriculados 5.047 estudantes, o que corresponde a 50.1%.
É olhando para estes números que a secretária de Estado na Cidade de Maputo, Sheila Afonso, reconhece que não foi atingida a meta e chama atenção aos pais para que se dirijam às escolas públicas de modo a matricularem os seus educandos.
“Venham às escolas matricular os vossos filhos. Nós ainda não atingimos 100% daquilo que são as metas. Como sabem, o Governo decretou ano passado que, da primeira a nona classes, a matrícula é gratuita e, neste momento, nós ainda temos vagas nas diferentes Escolas, estou a falar da primeira, oitava e décima primeira classes, por isso pais, por favor, venham matricular os vossos filhos”.
A secretaria de Estado Na Cidade de Maputo acrescentou que, em cumprimento do Plano Económico e Social de 2021, será priorizada a conclusão das Escolas Secundárias de Incassane, no distrito municipal Ka Tembe e Mártires de Mbuzine, no distrito municipal Ka Mubukwana, permitindo o acesso a 2600 alunos.
Para o presente ano lectivo, a cidade de Maputo vai contar com 6.225 professores.
Na cidade de Maputo, a abertura oficial do ano escolar coincidiu com a entrega de uma biblioteca à Escola Secundária Zedequias Manganhela que foi oferecida pela Fundação International We Love U, baseada na Coreia do Sul. Espera-se que sirva as escolas circunvizinhas do distrito Municipal Ka Mobukwana e não só.