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Mercados da cidade de Inhambane sem água há duas semanas

Os mercados Central, no coração da cidade de Inhambane, Mafurreira e Gilo, na periferia, são os três principais centros comerciais da urbe.Entretanto, os mercados estão a funcionar em condições impróprias de higiene. Há mais de duas semanas que a água não jorra nas torneiras, para o desespero de quem tira dali o próprio sustento.

Segundo Esmeralda, vendedeira do Mercado Mafurreira, ouvida pelo “O País”, quando os homens do FIPAG foram até lá para cortar água, disseram que o faziam porque há muito tempo que o município não pagava as facturas pelo consumo do precioso líquido.

Para garantir um mínimo de higiene, os vendedores têm de levar água de casa em pequenos recipientes ou comprar na vizinhança do mercado, mas, em muitos casos, a água não chega, pelo facto de ela e suas colegas estarem a vender produtos frescos que exigem higienização constante. Aliás, a água que pedem na vizinhança tem de ser paga e custa 10 Meticais por cada bidão de 20 litros.

Se para lavar os produtos levam água de casa, o mesmo não se pode dizer em relação aos sanitários que estão inoperacionais devido à falta do precioso líquido. Em caso de necessidades, os vendedores socorrem-se de pequenos recipientes para depositar o lixo biológico que depois é descartado.

A situação deixou os vendedores agastados, de tal modo que decidiram não pagar a taxa diária pelo exercício da actividade, até que o problema seja resolvido.

Pelo exercício da actividade, cada vendedor tem de pagar diariamente uma taxa de 10 Meticais, dinheiro canalizado aos cofres do município. Diante do cenário da falta de água, há uma semana que os mesmos se negam a pagar a referida taxa.

O “O País” apurou que, na verdade, o Conselho Municipal de Inhambane está a dever ao FIPAG mais de dois milhões de Meticais, referente ao não pagamento de facturas de seis meses.

Contactado pelo “O País”, o vereador para a área de Administração e Mercados no Município de Inhambane, Aurélio Cumbane, disse que já estão em curso negociações junto do FIPAG para restabelecer o fornecimento do precioso líquido aos mercados, sem, no entanto, dizer sob que condições tal restabelecimento seria feito.

No Mercado Mafurreira, um dos mais movimentados da cidade, existem cerca de 500 vendedores. Contas rápidas feitas pelo nosso jornal indicam que se pelo menos metade desses vendedores trabalharem 25 dias por mês e pagarem todos os dias às referidas taxas, o Município de Inhambane conseguiria arrecadar, no mínimo, 75 mil Meticais.

 

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