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MEPT diz que qualidade de ensino também depende das condições de vida do professor

O Movimento de Educação para Todos (MEPT) em Moçambique defende que a melhoria das condições de trabalho e de vida dos professores é pilar imprescindível para a melhoria da qualidade de ensino

Das condições apontadas pelo MEPT, destacam-se salários justos, reconhecimento do trabalho e das horas extras, condições de vida dos professores e qualidade da formação.

A informação foi avançada, última sexta feira, no distrito de Marracuene, província de Maputo, onde professores dos distritos de Magude, Marracuene, Boane e cidades de Maputo e Matola, todos no sul do país, estiveram reunidos para comemorar o Dia Mundial do Professor, que se assinalou a cinco  de Outubro, sob o lema “O direito à educação significa o direito a um professor qualificado”.

Segundo a representante do MEPT, Isabel da Silva, a situação do professor não é das melhores no país. Por exemplo, disse, o professor queixa-se da falta de motivação.

“A questão da motivação está também relacionada com a própria qualidade de ensino. Um dos aspectos que faz com que o professor não dê aulas adequadamente é o salário, porque o salário baixo não compensa o esforço que o professor faz. Outra preocupação que temos é a formação, porque se não tivermos um professor devidamente formado e capacitado, certamente que não teremos a qualidade na educação”, afirmou.

Referiu que a falta de motivação que preocupa os professores faz com que a classe não abrace a profissão de forma efectiva e eficaz. Isto, sublinhou, faz com que o processo de ensino e aprendizagem não flua como devia, criando assim estudantes sem muita qualidade.

O MEPT reconhece que apesar da inexistência de condições favoráveis de trabalho que a classe tem reclamado, o professor deve olhar para a profissão de forma afectiva.

“Observamos que muitos vão a profissão porque não têm outra opção. Abraçar a carreira é uma das formas de estar empregado. Conversamos com o professor para olhar a carreira de uma forma diferente porque se não temos um professor devidamente competente, não temos como formar um bom profissional no futuro”, disse.

Por seu turno, o secretário-geral da Organização Nacional dos Professores (ONP), Francisco Nogueira, disse que a data surge como forma de dignificar a contribuição social do professor e reflectir em torno do lema “O direito à educação significa o direito a um professor qualificado”.

Segundo Nogueira, “não é possível falar da qualidade de educação sem falar da qualidade do professor, que incluí várias questões, desde a formação até ao reconhecimento do trabalho. No dia de hoje (sexta-feira) os professores reflectem sobre a sua profissão e a sua condição como docentes”.

Disse que o desafio que a classe enfrenta é também o da sindicalização, com objectivo de organizar a classe e de ser uma força que vai representar os professores para melhorarem suas condições de vida e, consequentemente, a qualidade de ensino.

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