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Médicos nacionais e estrangeiros em campanha de operações de neurocirurgias

Neurocirurgia é uma especialidade médica que se ocupa do tratamento de doenças no sistema nervoso central e periférico, tais como hidrocefalia, tumores, doenças vasculares, degenerativas, traumas crânio-encefálicos e lesões raquimedulares. Na cidade de Nampula, há muitos pacientes que esperam 30 dias para conseguirem entrar no bloco operatório: “a nossa ambição é reduzir, pelo menos a 15 dias, porque são patologias que causam muita dor no doente e também nos familiares, e quanto mais se demora serem realizadas é maior sofrimento que essas pessoas têm”, explica o renomado médico neurocirurgião, João Carlos, que lideram uma equipa de sete especialistas, dos quais, uma anestesista portuguesa e um neurocirurgião norte-americano que estão a levar a cabo uma campanha de cirurgias, esta semana, em Nampula.

Os dois médicos estrangeiros fazem parte de uma missão humanitária que ao longo da semana em curso está a providenciar gratuitamente consultas sanitárias e medicamentos na cidade de Nampula. Entretanto, tendo-se apercebido da necessidade das autoridades nacionais de saúde predispuseram-se trabalhar no Hospital Central de Nampula para dar vasão à longa lista de espera por uma intervenção cirúrgica.     

“Foram feitas até aqui seis grandes cirurgias. Esta sexta-feira faremos mais três, o que vem a ajudar muito a pressão que temos tido de doentes graves com patologias que requerem uma grande intervenção neurocirúrgica. Esta equipa veio nos ajudar, não só humanamente, mas também em material, algum que já tínhamos escasso”, precisou o Dr. Carlos, que conversou connosco depois de terminarem mais uma operação na tarde de ontem.

Dos pacientes operados alguns são pediátricos e os seus problemas os colocavam entre a vida e a morte. “Operamos três crianças, duas com tumores verto medulares (na coluna vertebral) e uma de tumor intracraniano, e tumores são patologias de grande risco de vida para o doente. Dois deles eram malignos”.

A falta de médicos especialistas é um grande problema para o nosso país. O Hospital Central de Nampula, por exemplo, é a maior e principal unidade sanitária da zona Norte, recebendo casos complicados de Cabo Delgado, Niassa e a própria província de Nampula, mas segundo deu a saber o nosso entrevistado, “isto vem mesmo a calhar, num momento em que ficamos poucos médicos nesta área (neurocirurgia). Éramos três, um terminou o contrato”.

Aliás, Anish Sen, médico norte-americano proveniente da Califórnia, mostrou-se impressionado com a forma como os seus colegas moçambicanos trabalham, no meio às dificuldades, sobretudo de material. “Eles fazem muito bem com o que têm. A neurocirurgia é uma especialidade medica que requere meios e técnicas muito sofisticados”.

 

 

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