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Médicos mantêm a greve suspensa por tempo indeterminado

A Associação Médica de Moçambique decidiu continuar com a greve suspensa por tempo indeterminado. A classe diz que a decisão visa criar um ambiente calmo para continuar a dialogar com o Governo. Entretanto, caso não se alcance entendimento, os médicos avisam que vão retomar a greve para exigir a reposição dos seus direitos.

A 4 de Dezembro do ano passado, os médicos decidiram suspender as suas actividades, a nível nacional, em reivindicação de melhores salários, no âmbito da implementação da Tabela Salarial Única.

Dezoito dias depois do início da greve, os médicos decidiram suspendê-la por trinta dias.

Na altura, o presidente da Associação Médica de Moçambique, Milton Tatia, invocou o interesse nacional e o cumprimento do juramento profissional para a retoma das actividades.

“Nós estamos a suspender provisoriamente a greve, e os nossos pacientes podem voltar às unidades sanitárias”, explicou o médico, acrescentando que “a decisão anunciada surge em resposta à quadra festiva, que pode contribuir para o aumento do número de pacientes que procuram por cuidados de saúde, por ser um período em que ocorrem mais acidentes de viação, agressões físicas e doenças”.

Quando faltam três dias para o término do período de graça, a Associação médica de Moçambique decidiu manter a suspensão da greve por tempo indeterminado.

“É decisão da associação médica que não continuaremos com a greve, pelo menos provisoriamente. Continuaremos na mesa negocial, de modo a continuar a buscar soluções e, em função do que se decidir, iremos, como é desejável, cancelar por definitivo a greve”, disse.

Napoleão Viola diz que a redução dos salários, aprovada pelo Executivo, vem agudizar a precariedade das remunerações da classe médica.

“A partir do momento em que há redução de salários, sabe-se que é uma decisão que não agrada a ninguém – a partir do momento em que não vemos parte substancial daquilo que são os nossos estatutos da classe médica reflectida nas decisões dos órgãos públicos. Temos estado a sentir, no dia-a-dia, que a classe médica continua com um grau alto de insatisfação”.

A Associação Médica de Moçambique diz que já há avanços nas negociações e espera que com brevidade se alcancem consensos que valorizem a classe.

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