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Maxacas convictos da participação na poule de apuramento para Moçambola 2025

Foto: O País

O presidente do Clube dos Desportos de Maxaquene, Abrão Muianga, diz que já foi submetido o recurso, junto do Órgão de Apelo, para que seja autorizada a sua participação na poule de apuramento para o Moçambola 2025. Os “tricolores” asseguram que cumpriram todo o processo e que a sua exclusão no sorteio da poule não devia ter acontecido.

As equipas que vão representar cada uma das 11 províncias do país na poule de apuramento para o Moçambola 2025 já foram apuradas e o sorteio da prova realizado na segunda-feira. O Maxaquene, que é representante da Cidade de Maputo, não foi sorteado, alegadamente porque não concluiu o processo de licenciamento de clubes, por isso não ter recebido a licença para disputar a poule.

Abrão Muianga, presidente dos Maxacas, nega que a colectividade esteja ilegal no licenciamento e diz que houve um mal entendido por parte dos que gerem o processo.

“No início da época, para além do processo de inscrição da equipa do futebol na Associação do Futebol da Cidade de Maputo, iniciámos, também, o processo de licenciamento, que é o cadastramento dos atletas na plataforma da FIFA connect e todos os documentos necessários que sabemos que eram necessários para o processo de licenciamento. Fizemos esse exercício e cumprimos com todas as etapas que eram necessárias”, começou por justificar Abrão Muianga.

O presidente explicou ainda que “submetemos o nosso pedido à associação que fez uma carta abonatória a denunciar irregularidades e fizemos uma nota de que estávamos a dever um mês de salários e que no mês seguinte iríamos regularizar, conforme o nosso plano de pagamento. Depois de efectuarmos o referido pagamento, fizemos mais uma nota à associação que emitiu uma segunda carta abonatória informando que não existiam dívidas para com terceiros que fazem parte do processo de licenciamento, nomeadamente a equipa do futebol, os técnicos e todos associados ao departamento de futebol e cumprimos com todos os procedimentos. Estávamos cientes de que iríamos receber a licença esta semana, apesar de termos solicitado o pedido há bastante tempo”.

Entretanto, segundo Abrão Muianga, a direcção estranhou quando, na quinta-feira, viu o comunicado das equipas que estavam em condições de disputar a poule de apuramento e uma nota de que o Maxaquene não tinha o processo concluído. “Estranhamos porque era quinta-feira e o sorteio estava previsto para segunda-feira e porque nós, como Maxaquene, não fomos notificados”, disse.

Só na sexta-feira, no período da tarde, é que o Maxaquene recebeu a notificação da Comissão de Licenciamento de Clubes, que dava nota de que o clube tinha dívidas, por isso não podia ser-lhe atribuída a licença, para além de que tinha 72 horas para regularizar a situação.

Estivemos a trabalhar sexta, sábado e domingo e ontem (segunda-feira) de manhã, submetemos o recurso para a instância superior, que é o Órgão de Apelo e aguardamos o feedback dessa entidade”, acrescentou.

 

“Confiamos na boa fé do Órgão de Apelo”

O presidente dos “tricolores” está confiante de que o processo foi mal gerido, uma vez que “nós estamos cientes de que reunimos todos os requisitos para ter a licença e para participar na poule. Daí que não estamos parados e a equipa continua a treinar e estamos cientes de que como Maxaquene, no que a parte desportiva diz respeito, conseguimos ultrapassar os caminhos, e como direcção, na parte administrativa conseguimos reunir todos os requisitos necessários para a questão de licenciamento e ter a licença para disputar a poule”.

Por isso, Abrão não tem dúvidas e acredita que a licença será atribuída ao clube da capital do país. “Estamos confiantes e acreditamos na boa fé do Órgão de Apelo na atribuição da licença, com vista a que o Maxaquene participe na poule”, disse, confiante Abrão Muianga, que até quinta-feira já tenha uma resposta positiva ao seu recurso.

 

Campo pronto até Outubro próximo

Relativamente à preparação da sua participação na poule do Moçambola e pretensão de disputar o campeonato nacional do próximo ano, a direcção “tricolor” assegura que já trabalha na questão das infra-estruturas para acolherem jogos oficiais.

Abrão Muianga explica o processo de reabilitação do campo de futebol. “O nosso campo está na fase final da sua reabilitação e a questão principal é da relva, porque montamos um sistema de rega, fizemos o preenchimento dos campos vazios e a requalificação da relva. Neste momento, decorre o processo de alinhamento e acreditamos que até fim do mês de Outubro o campo já estará em condições de utilização.

Estamos a trabalhar com todos os aspectos, porque sempre estivemos cientes de que iríamos regressar ao Moçambola e que teríamos de ter um campo para utilizar. E este campo não era usado para provas da federação há mais de 15 anos. Mas nós decidimos criar um plano estratégico de redução de custos e rentabilizar ao máximo as nossas infra-estruturas, que é o desafio que nós abraçamos e graças a Deus os nossos parceiros têm estado a apoiar-nos em todos os sentidos”, explicou Muianga.

Para já, o que falta no campo dos Maxacas é a melhoria dos bancos de suplentes, colocação da tribuna de honra e respectiva bancada, “de modo a que o campo esteja elegível para poder acolher os jogos do Moçambola no ano 2025”.

 

Apelo à calma dos sócios

Abrão Muianga não deixou de tranquilizar os adeptos em relação a esta situação, garantindo que tudo está a ser feito para que a licença seja atribuída ao Maxaquene e que possa, a partir de sábado, disputar a prova. “Sei que a notícia alarmou os nossos sócios, adeptos e simpatizantes, até porque o Maxaquene é de dimensão nacional, move massas e acredito que as entidades que são responsáveis pela gestão do processo sabem muito bem do impacto de ter uma equipa como o Maxaquene no Moçambola”, disse.

Para o presidente dos “tricolores”, com o Maxaquene no Moçambola, aumenta a visibilidade do próprio Moçambola, porque os campos estarão sempre cheios. “Por isso, apelo aos sócios para que fiquem calmos, porque o recurso foi submetido e nós aguardamos a resposta do Órgão de Apelo. Acreditamos que teremos resposta positiva para participarmos na poule e depois garantirmos nossa presença no Moçambola 2025”, concluiu Abrão Muianga.

Recorde-se que o Maxaquene está arredado do Moçambola desde 2019, ano em que desceu de divisão.

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