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Marrocos procura contrariar favoritismo dos campeões mundiais

Foto: FIFA

Marrocos procura, hoje, assegurar a presença inédita na final do Campeonato do Mundo quando defrontar a França, às 21h00. Actual campeã mundial contra a equipa sensação da prova. É um verdadeiro encontro de Davi e Golias.

Marrocos é a primeira selecção africana a chegar às meias-finais do Mundial, um feito celebrado com festa rija naquele país da África do Norte e não só.

Apesar de apresentar um conjunto experiente com vários jogadores de destaque, como Hakim Ziyech, do Chelsea, e Achraf Hakimi, do Paris St-Germain, os marroquinos superaram, diga-se, as expectativas ao vencerem Portugal nas meias-finais. É uma selecção com grande valor, em que os nomes pouco importam.

Mas há mais que se diga sobre esta selecção do Marrocos. Os “Leões do Atlas” lideraram um grupo constituído por formações fortes como a Croácia e Bélgica, antes de vencer a Espanha nos oitavos-de-final. O sucesso do Marrocos foi construído em torno de sua defesa consistente e implacável. Nenhum jogador adversário marcou contra o Marrocos até agora no Catar, tendo sofrido apenas uma vez contra o Canadá. De resto, o Marrocos foi e é uma das equipas mais apaixonadamente apoiadas durante o Mundial do Catar 2022.

Walid Regragui, de 47 anos, é o comandante dos “Leões do Atlas”. É o novo herói nacional do Marrocos e do continente africano: Walid Regragui nasceu em França, mas fez história pela selecção dos “Leões do Atlas”. Este caminho histórico começou no verão de 2022. A 31 de Agosto, Walid Regragui foi anunciado como o seleccionador de Marrocos, sucedendo a Vahid Halilhodzic. Regragui chegou ao comando da selecção marroquina como campeão africano de clubes, ao conquistar a Liga dos Campeões CAF pelo Wydad Casablanca.

Com a selecção marroquina já apurada para o Mundial (conseguiu apuramento através de “play-off” em Março deste ano), Walid afirmou que Marrocos não iria ao Catar fazer apenas três jogos e ir para casa. O grupo em “sorte” foi o F, com Croácia, Bélgica e Canadá. Num grupo onde tinha o vice-campeão do mundo e o 3º classificado do último Mundial (2018), Marrocos não era aposta dos mais otimistas para seguir em frente na prova. Mas é dentro de campo que se mostra quem é o favorito.

Logo no jogo de abertura, empate a zero frente à Croácia, vice-campeões do mundo, num jogo em que Marrocos teve falta de eficácia. Na segunda partida, resultado histórico. Frente à selecção terceira classificada no Mundial da Rússia, Marrocos meteu a Bélgica no “bolso” e venceu por 2-0, numa exibição que deixou o Catar de boca aberta.

Com a qualificação a um ponto de distância, Regragui assumiu que a selecção era candidata a seguir em frente e Marrocos venceu por 1-2 o Canadá, no único golo sofrido até agora pela selecção marroquina. Curiosidade: o golo sofrido foi um autogolo de Aguerd.

Primeiro lugar do grupo F e no emparelhamento com o 2º lugar do grupo E, vinha a poderosa Espanha. Mas a selecção espanhola, no desempate por grandes penalidades, não teve pés para ultrapassar Bounou.

Depois se seguiu Portugal e En-Nesyri resolveu fazer história e marcar o golo que apurou Marrocos para a meia-final. Em dois jogos, Marrocos eliminou a Península Ibérica.

Mas no caminho do Marrocos está outra das melhores selecções da Europa, a França. Os “Bleus” procuram fazer o que ninguém conseguiu desde o Brasil há 60 anos, em 1962, defender com sucesso o título de campeão mundial.

De facto, nos últimos anos, os conjuntos mais fortes têm sido colocados à prova. Itália, Espanha e Alemanha saíram mais cedo como campeãs nos últimos 12 anos, mas a França fintou essa maldição.

A França, apesar de todo o seu poder de fogo ofensivo, poderá ter ainda muitas dificuldades para superar a organização defensiva do Marrocos.

Para ultrapassar o Marrocos, a França conta com Kylian Mbappé, o melhor jogador do Mundial no momento, e Antoine Griezmann, avançado que tem sido o maior criador de oportunidades na prova.

Desde que disputou Euro 2020 sem marcar, Mbappé não fez partidas internacionais consecutivas sem anotar golos. O avançado do PSG marcou 16 golos em igual número de jogos.

Enquanto isso, Griezmann está a fazer assistências neste Mundial apresentando uma média de 2,83 por jogo. Há, outrossim, a destacar Giroud, avançado do AC Milan que está a atravessar um excelente momento de forma.

A vitória de sábado sobre a Inglaterra carrega consigo um registo: os franceses tornaram-se os primeiros campeões do Mundo desde o Brasil, em 1998, a chegar às meias-finais.

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