A Galeria da Fundação Fernando Leite Couto, na Cidade de Maputo, reabriu, semana passada, com a exposição Debaixo do sol, de Mário Tique. A individual de artes plásticas reúne um conjunto de 17 telas e pode ser visitada até dia 30 deste mês.
Mário Tique conta que a ideia inicial não era fazer a exposição Debaixo do sol. No entanto, a pandemia chegou a Moçambique e isso lhe exigiu capacidade de adaptação. Reformulou os seus projectos. Pôs-se a pintar incessantemente para uma individual cheia de cor e imagens verosímeis.
Nas 17 telas de pintura de Mário Tique, observam-se imagens de mulheres, homens e crianças a desempenharem actividades diversas. Na percepção do pintor, as telas transmitem um certo quotidiano e esmeram-se em veicular alguma esperança, daí retratarem vidas e emoções.
Em Debaixo do sol, Mário Tique investe na intensidade da cor e no impacto da forma. É no que à composição diz respeito que se percebe o interesse de o autor comunicar com a realidade.
Não obstante, de acordo com a Fundação Fernando Leite Couto, “Mário Tique, propositadamente, quer colocar o sol nas duas dimensões de compreensão, pois tanto o bem quanto o mal acontecem debaixo do sol. É por baixo do sol onde a vida humana se desenrola em ciclos repetitivos: as crises, as guerras, as desigualdades sociais, a fome, as flores, os milagres e outras pequenas alegrias”.
A individual Debaixo do sol marca a reabertura da Galeria da Fundação Fernando Leite Couto, depois do decreto do Conselho de Ministros. Assim, a mostra com curadoria de Yolanda Couto pode ser visitada presencialmente até dia 30 deste mês.
Mário Tique é artista plástico e designer gráfico. Em 1992, ganhou o prémio de pintura do Banco Fomento Exterior, português, num concurso internacional com artistas de mais de 30 países. O prémio, avança a nota da Fundação Fernando Leite Couto, deu-lhe a oportunidade de estagiar na cooperativa Árvore do Porto (Portugal), trocando experiências e novas técnicas com artistas portugueses e latino americanos. Em 1993/94 participou, com Naguib, em exposições de pintura no Porto e em Lisboa (Portugal), tendo tido oportunidade de aprender outras técnicas com Chichorro no seu atelier. Em 1994, recebeu uma bolsa para estudar design gráfico em Paris (França), onde desenvolveu a sua aprendizagem em artes plásticas, conheceu outros artistas de várias partes do mundo e visitou museus conceituados. Ainda em França, participou em exposições de pintura em Paris, Lyon e Marsseille.
Em 2009, Mário assume a realização da sua primeira exposição individual no Camões (Maputo). Este ano, depois de um longo período de interregno, Tique volta a expor as suas obras numa individual.