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Maputo: Pouca afluência caracteriza primeiros dias da reabertura de escolas de condução

Retomaram, na passada terça-feira, as actividades nas escolas de condução em todo o país. Enquanto alguns instruendos sentem-se satisfeitos por poder terminar a formação, algumas escolas visitadas na cidade e província de Maputo queixam-se de baixa afluência.

Medidas apertadas de higiene, uso obrigatório de máscaras e distanciamento, este é o novo normal imposto pela Covid-19 nas escolas de condução. Com a reabertura, na passada terça-feira – em obediência a um comando do Presidente da República -, estas entidades procuram não entrar nas estatísticas dos locais com casos da doença.

Foram mais de três meses de paragem e alguns instruendos não viam a hora da retoma. “Já deveria ter terminado a formação há um mês.

Todos os meus planos foram afectados devido a essa situação, mas estamos satisfeitos por poder retomar às aulas”, disse Elaida Salomé aluna de uma escola da cidade de Maputo.

O mesmo sentimento foi transmitido por Ortígio Mutambe, que antes do encerramento da sua escola, já havia marcado o exame teórico. “Tive que esperar todos estes meses. Era expectável que até este momento tivesse a minha carta, mas foi por uma causa justa”, descreveu para depois avançar que ainda está tentar assimilar o novo normal. “Temos que estar todos de máscaras. Não estávamos habituados a esse cenário. Veja que a sala está praticamente vazia, enfim, temos que procurar habituar é para o nosso bem”.

Desafiante não é só para quem vai receber as aulas, mas também para quem vai transmitir os conhecimentos. Encontramos Alcídio Comé, instrutor da Escola de Condução Shanayra, a leccionar. De viseira no rosto e álcool na secretária procurava dar explicações sem sair do seu perímetro de segurança para garantir o distanciamento em relação aos seus alunos.

“Deveríamos ter iniciado na terça-feira, mas tivemos que fazer uma ginástica para garantir com que tivéssemos um número aceitável de alunos nas salas. Tivemos ainda que ligar para os alunos para que não viessem todos no mesmo período e evitar aglomerações desnecessárias. Com a redução de número de alunos, sinto que o nível de interação reduziu consideravelmente, mas acredito que com o tempo iremos assimilar a nova forma de leccionar”, esperançou o instrutor.

MAIS DE TRÊS MESES DE PREJUÍZOS

Na hora do balanço dos meses de paragem, não faltaram lamentações. Joaquim Chirinza Júnior, director da Escola de Condução Honey descreveu que mais do que prejudicar as escolas, a paragem travou sonhos. “Houve uma grande redução nas nossas receitas. Com a paragem das actividades praticamente ninguém vinha fazer inscrições.

Mais do que prejuízos financeiros há pessoas que dependem da carta de condução para garantir pão nas suas casas. Falamos de pessoas que, por exemplo, perderam oportunidades de emprego porque não podiam obter uma carta de categoria serviços públicos”, detalhou.

Apesar da tomada de medidas de prevenção algumas escolas queixaram-se de baixa afluência de instruendos. “Sinto que há alguma timidez das pessoas. Os instruendos ainda têm receios devido à Covid-19 e há alguma razão nisso. Mas nós como escola estamos a fazer o nosso melhor para garantir com que não haja casos da doença aqui. E no início e no fim das aulas fazemos questão de lembrar aos alunos sobre a importância de obedecerem todas as medidas de prevenção”.

Lembre-se que nem todas as escolas foram autorizadas a retomar as actividades, sendo que para o efeito, devem obedecer todo o protocolo de segurança para não permitir que sejam focos de contaminação e propagação da Cobvid-19.

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