Os Mambas voltaram a perder diante do Madagáscar em partida de grande importância para as aspirações de chegar mais longe no torneio da Cosafa. 1-2 foi o resultado que coloca os Mambas na última posição do grupo A.
Entrar a perder e desestruturar a equipa
Entrando num sistema ofensivo com três homens no meio campo, nomeadamente Cremildo, Kambala e Dayo e uma frente de ataque composto por Luís Miquissone, Isac e Telinho, mostrava claramente a intenção de Abel Xavier de pressionar seu adversário para chegar o quanto antes ao golo.
Mas na essência foi o Madagáscar que criou a primeira situação de perigo, com Lalaina a passar por Edmilson e Jeitoso, e dentro da pequena área a fazer um cruzamento-remate que foi prontamente defendido por Guirrugo.
Ainda tentavam se conhecer as equipas quando surgiu o primeiro golo do jogo.
A defensiva moçambicana não acompanhava as transições dos malgaxes e pela esquerda conseguiram fazer a penetração para a área de rigor dos Mambas, onde apareceu Dax a rematar forte e sem hipóteses de defesa para Guirrugo, que foi surpreendido pelo remate a meia distância. Estava aberto o activo no Old Peter Mokaba, aos 6 minutos.
Depois foi começar a correr atrás do prejuízo, uma vez que o orgulho ferido já se sentia nos moçambicanos.
Aos 25 minutos, Abel Xavier teve uma contrariedade quando Mano saiu ressentido da lesão que trazia de Maputo, acabando por ceder para Chico.
Kambala, quis surpreender o guarda-redes contrário através de remates de fora da área, mas era a selecção do Madagáscar que se mostrava mais perigosa quando saísse em contra-ataques. E só não chegou ao segundo, aos 32 minutos, porque o remate de Lalaine foi embater caprichosamente no poste direito da baliza de Guirrugo.
Até ao final da primeira parte ficou patente que, apesar de ter montado uma equipa ofensiva, a equipa moçambicana não conseguiu ter clarividência ofensiva e não chegou a criar nenhuma jogada de perigo junto a baliza de Leda, salvo apenas dois remates desenquadrados efectuados por Kambala.
Kamo Kamo e os desequilíbrios
Não satisfeito com o desempenho do ataque moçambicano, Abel Xavier fez sair Isac, no intervalo e para seu lugar foi chamado Kamo Kamo, que assim fez a sua estreia absoluta na selecção principal.
Destemido, o miúdo sensação cobrou um canto com peso e medida para a cabeça de Luís Miquissone, no primeiro poste, restabelecer a igualdade.
E quando se pensava que os Mambas podiam ter assentado o seu jogo ofensivo com a entrada de Kamo Kamo, a defesa decide dar um balde de água fria para os Malgaxes deitarem nos Mambas. Jeitoso e Guirrugo, no “joga você, jogo eu”, permitiram a antecipação de Toky, que roubou a bola e introduziu para o fundo das malhas.
Correr atrás do prejuízo para ganhar juízo
Depois foi voltar a correr atrás do prejuízo, sem descurar de jogar recuado, tal como aconteceu na primeira parte. Luís Miquissone e Kamo Kamo tiveram remates defendidos por Leda, para depois ser Telinho, a boca da grande área, passar por dois adversários, mas a ver o travessão negar o empate.
Aos 40 minutos, Guirrugo ainda salvou os Mambas de uma verdadeira humilhação, quando defendeu, seguro, o remate de Nasandratra, entrado na segunda parte, quando toda defensiva estava batida, após contra-ataque rápido dos malgaxes.
Abel Xavier queria a todo custo chegar a outro resultado que não fosse a derrota e tirou Mexer, defesa, metendo Raúl, um médio ofensivo, para dar mais pujança ao sector atacante.
Mas mesmo com todo arsenal ofensivo na frente, os Mambas não conseguiam marcar. Mesmo quando o guarda-redes e a defensiva malgaxe falhavam, os Mambas também aproveitavam para falhar. Kamo Kamo, em boa posição, mau gáudio não ter força naquele pé direito, recebeu a bola de Luís Miquissone e tentou posicionar para o seu melhor pé, mas já importunado, rematou muito por cima. Com o tempo a passar, os Mambas sentiam o peso da pressão e de voltar a perder com esta Madagáscar, que já começa a ser uma pedra no sapato de Abel Xavier e companhia.
Uma derrota que poderá ter custado a qualificação à fase seguinte da competição, uma vez que Madagáscar pode fazer mais seis pontos com os outros adversários e os Mambas apenas seis, caso vença os dois jogos que ainda restam.
Na próxima terça-feira, os Mambas voltam a entrar em batalha, desta feita diante das Comores, para a segunda jornada do grupo A.