Os Mambas estão acantonados na Casa Militar da guarda de honra, desde sábado, para estarem longe de tudo e todos, de modo a garantir maior concentração para o embate diante do Cabo Verde, mas também para maior prevenção da pandemia e evitar situações ocorridas no jogo diante dos Camarões
Esta é uma medida que recorda o sucedido na Costa do Marfim, depois de uma má prestação no CAN 2000, ano em que os “elefantes” foram afastados logo na fase de grupos. O General Robert Guei, que dera um golpe de estado em 1999, não teve meias medidas e mandou todos jogadores regressarem ao país africano, incluíndo os que actuavam fora de portas, para um “merecido castigo”: o cumprimento do serviço militar obrigatório, para aprenderem os valores da defesa da pátria e das cores da selecção nacional.
Terá sido inspirado nesta acção que o governo optou com acantonar a selecção nacional de futebol, os Mambas, na Casa Militar, quartel da tropa de elite que garante a segurança ao Presidente da República Filipe Nyusi, com intuíto de dar mais aprendizado de como defender os interesses da “pátria amada”.
Gilberto Mendes, Secretário de Estado do Desporto, que deu a informação do “acantonamento” dos Mambas na Casa Militar, falou dos motivos desta decisão.
“No quartel existem psicólogos, será muito importante esta interacção para a passagem daquilo que são os valores da pátria, da camisola que se veste, da bandeira, do hino do comprometimento com a defesa da nação, a derrota que sofremos afecta 30 milhões de moçambicanos, essa responsabilidade às vezes pode passar ao lado se as condições de estágio não forem as propícias, podemos ter alguém depois da derrota estar a ouvir música isso pode mostrar um bocado de falta de comprometimento, pelo que temos psicólogos para trabalhar no factor psico dos atletas”, disse o Secretário de Estado do Desporto.
Mas também há outros motivos avançados por Gilberto Mendes: “desta vez queremos criar uma bolha, queremos preservar os atletas fazer com que eles estejam num sítio de difícil acesso, aonde podem estar concentrados, preservados, possam treinar, fazer a sua preparação psicológica, táctica à vontade sem que haja muitas interferências, tendo em conta todos estes factores mobilizou-se meios para estarem numa unidade que é a casa Militar onde vai encontrar todas propícias para treinar e descansar”.
A Casa Militar, de acordo com Gilberto Mendes, dispões de boas condições para os Mambas fazerem a sua preparação sem sobressaltos e alcançarem um resultado que satisfaça os moçambicanos, nomeadamente a vitória que garanta a qualificação ao CAN dos Camarões.
“Esta mudança não tem haver com os resultados, tem haver com as condições que eles vão encontrar naquelas instalações que são superiores ao hotel aonde estão agora, na Casa Militar tem condições muitos superiores a unidade hoteleiras que existem porque tem espaço bem maior, o auditório onde podem ter o trabalho de análise táctica é maior, novo e extremamente moderno, tem ginásio, piscina, sauna, acesso a gelo, tem espaço necessário para uma equipa desportiva para estar alojada”, concluiu Gilberto Mendes.
Entretanto, o seleccionador nacional, Luís Gonçalves, disse estar indiferente à mudança do local de estágio dos Mambas, já que não um hotel ou Casa Militar que vai dar a vitória, mas sim o desempenho dos jogadores no campo.