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Super Ernan mantém eliminatória em aberto com Zâmbia

Os Mambas empataram ontem, sem abertura de contagem, diante da Zâmbia, em partida da primeira mão da primeira eliminatória de acesso à fase final do CHAN, Argélia 2023. Ernan foi o homem do jogo ao salvar os Mambas de sofrerem vários golos e Nelson acabou por ser o que mais desperdícios teve nos Mambas. Fica tudo em aberto para o embate da segunda mão, próximo domingo, em Lusaka.

Jogo frenético, com vários momentos, emoções, jogadores de destaque, tanto pela positiva, assim como pela negativa, e o nulo a prevalecer, este domingo, no regresso dos Mambas ao Estádio Nacional do Zimpeto.

Ernan acabou por ser a unidade mais valiosa dos Mambas, contrastando com a pouca produtividade demonstrada por Telinho e Isac, bem como a falta de capacidade de pensar em golo, por parte de Nelson, que desperdiçou várias oportunidades.

Os Chipolopolo podiam ter saído do Zimpeto com uma vitória gorda, e os Mambas só se podem queixar de si mesmos, para não terem terminado o jogo com um resultado positivo.

 

APOSTAR NUMA EQUIPA OFENSIVA

O seleccionador nacional, Chiquinho Conde, apostou numa equipa bastante ofensiva, ainda que tenha sido fiel ao seu sistema de 4-2-3-1. Ernan voltou a ser confiado para a baliza e uma defensiva quase compacta com a dupla da Black Bulls no centro, nomeadamente, Martinho e Nené, estando nas laterais os defesas da União Desportiva de Songo – Edmilson e Infren.

Adiantados do sector defensivo, Chiquinho Conde optou por Shaquille e Dário Melo, que tinham a responsabilidade de fazer o primeiro tampão, mesmo sabendo que faltava um homem mais possante e experiente, capaz de travar as acções ofensivas do adversário. O Conde arriscou!

Telinho, João Bonde e Nelson Divrassone foram os homens escalados para apoiar o ataque, entregue, inicialmente, a Isac de Carvalho.

E a primeira parte foi de total sufoco para a baliza moçambicana, com os zambianos a serem mais ameaçadores do que os Mambas. Afinal, mesmo fora de portas, gabavam-se de ostentar o título regional e, por isso, entraram com tudo, a tentar desmontar toda confiança que os Mambas tinham.

 

ERNAN, O SALVADOR

O guarda-redes moçambicano, Ernan, acabou por ser o herói da primeira parte ao defender várias situações de golos.

Eric Banda foi o primeiro a testar Ernan, num remate forte, com Martinho a aliviar para canto. Do canto, Allan apareceu de rompante no segundo poste, mas Ernan disse sim, mais uma vez.

Kelvin também entrou no grupo dos “examinadores” de Ernan, mas o “hidroeléctrico” mostrou que tinha muita energia para defender as redes nacionais.

Facto mesmo é que os Mambas é que praticavam o melhor futebol em campo e até tinham convicção, algo que faltou a Telinho, numa das poucas jogadas de destaque da primeira parte dos Mambas, que, bem servido por Nelson, deixou a bola passar por cima da sua cabeça.

Perto do intervalo, a Zâmbia voltou à carga e Patrick esteve à beira de marcar, num remate à entrada da área, mas também não conseguiu enganar Ernan.

A fechar a primeira parte, foi Isac a ter o golo nos pés, mas não acreditou na oferta da defensiva adversária e entregou deliberadamente a bola ao guarda-redes contrário.

 

NELSON, O DESPERDIÇADOR

Na etapa complementar, as grandes oportunidades continuavam a acontecer na mesma baliza da primeira parte. Mas, agora, era a selecção de Moçambique a ter oportunidades de marcar e a Zâmbia a defender.

Ainda assim, foram os Chipolopolo que voltaram a entrar fortes e, na única oportunidade clara que tiveram, Eric Banda não aproveitou a oferta de Martinho e atirou por cima.

Depois veio uma sequência de desperdícios de Nelson. Primeiro a aparecer em boa posição, a atirar forte, mas contra um defesa, com a bola ainda a resvalar na mão, mas o árbitro a não considerar.

Depois, atirou à malha lateral quando tinha duas linhas de passe, mas foi egoísta e, mais tarde, bem servido por Lau King, num passe magistral e de génio, Nelson tremeu perante a saída do guarda-redes zambiano e acabou por cometer falta.

Com tantos desperdícios, terminou o jogo com o nulo a prevalecer e tudo  aberto para o jogo da segunda mão, em Lusaka, próximo domingo.

 

CHIQUINHO CONDE GANHA NAS SUBSTITUIÇÕES

Se a primeira parte foi de domínio total dos Chipolopolo, muito se deve à fraca ligação dos sectores em campo. A defensiva tinha muito excesso de confiança e Nené, por diversas vezes, deixou os moçambicanos com o coração nas mãos, de tantas vezes que entregou a bola ao adversário em zona perigosa.

No meio campo, Shaquile e Dário até faziam um bom trabalho, mas apenas quando era para acções defensivas, porque não atinavam com os homens da frente, principalmente com Telinho e Isac.

João Bonde era o homem que parecia o distribuidor, mas pouco tinha a bola e o seu papel acabou por não se fazer sentir. Telinho e Isac eram os menos produtivos e, desde logo, eram “cobiçados” à primeira substituição.

Mas só na segunda parte é que Chiquinho Conde fez as alterações necessárias e abriu ainda mais o jogo, com as entradas de Yude, Melque, Lau King e Danilo, para os lugares de Telinho, João, Isac e Nelson, respectivamente. A partir daí, os Mambas tiveram um pendor ofensivo bastante forte, mas a finalização é que pecava.

O seleccionador nacional prometeu continuar a trabalhar o ataque, para que, na Zâmbia, cheguem aos golos desperdiçados em Maputo.

FICHA TÉCNICA DOS MAMBAS

  1. Ernan
  2. Edmilson
  3. Martinho
  4. Nené
  5. Infren
  6. Shaquile
  7. Dário Melo
  8. Telinho
  9. João Bonde
  10. Nelson Divrassone
  11. Isac de Carvalho

SUPLENTES UTILIZADOS

  1. Yude
  2. Melque
  3. Lau King
  4. Danilo

SUPLENTES NÃO UTILIZADOS

  1. Victor
  2. Ivan
  3. Danito
  4. Ling
  5. Fóia

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