O País – A verdade como notícia

Maleiane diz que ajuda aos países pobres deve reflectir-se na diversificação da economia

O Primeiro-ministro defende que a ajuda aos países pobres se deve reflectir na melhoria dos serviços de transporte, na industrialização e no agro-negócio, como forma de diversificar as economias. E o secretário-geral das Nações Unidas diz que os países pobres estão a ficar encalhados diante de várias crises globais. António Guterres fez, domingo, a abertura da conferência da ONU sobre os países menos avançados.

Um dos pontos mais altos da presença do Primeiro-ministro em Doha, Qatar, onde se encontra desde a noite de sexta-feira, foi a sua participação na conferência das Nações Unidas sobre os países menos avançados, dos quais Moçambique, evento que iniciou no domingo e que deverá durar cinco dias.

Intervindo no evento, Adriano Maleiane falou dos passos que entende que devem ser dados para vencer a pobreza nos países.

“Gostaríamos de reiterar que Moçambique considera que a ajuda ao desenvolvimento e ao comércio deve servir de mecanismo para aumentar o envolvimento do sector empresarial dos países menos desenvolvidos na cadeia de valor global, assim como no investimento para a melhoria dos serviços de transporte e logística, industrialização, agro-negócio, energia, turismo e, consequentemente, na diversificação da nossa economia”, disse Maleiane, na sua curta intervenção na conferência que junta mais de 40 países menos desenvolvidos.

Já o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que fez a abertura da conferência que visa discutir o combate à pobreza, falou de injustiças contra os países menos desenvolvidos.

“Os países menos desenvolvidos estão a ficar encalhados no meio de uma crescente crise, incerteza, caos climático e profunda injustiça global. São incapazes de seguir o ritmo da evolução tecnológica. Os países menos desenvolvidos enfrentam taxas que podem ser até oito vezes mais altas em relação às dos países desenvolvidos. E tende a ficar pior”, disse o chefe das Nações Unidas, para depois afirmar que as 25 economias em desenvolvimento estão a gastar mais de 20% das receitas, não a construir escolas, a alimentar a população ou a aumentar as oportunidades para mulheres e raparigas, mas a pagar dívidas”.

Além de António Guterres e Adriano Maleiane, houve intervenção de outros países presentes na conferência e do anfitrião, Qatar, que disse não ser um favor ajudar os pobres, mas sim uma responsabilidade.

Um dia antes da abertura da conferência das Nações Unidas, o Primeiro-ministro participou na cimeira dos países menos desenvolvidos.

Na ocasião, Adriano Maleiane defendeu que não basta o apoio para o desenvolvimento, é preciso que a evolução seja sustentável.

O Primeiro-ministro defendeu novas formas de cooperação para o desenvolvimento, referindo-se à necessidade de ajuda aos países pobres para que deixem de o ser, mas de forma sustentável.

E porque Moçambique assumiu pastas recentemente na direcção do Conselho de Segurança das Nações Unidas, enquanto membro não-permanente, Maleiane reitera que o país vai sempre defender a paz como caminho para o desenvolvimento.

Das várias mensagens deixadas no evento, o destaque vai para a do secretário-geral das Nações Unidas, que disse haver taxas de juro predatórias aplicadas pelos países ricos aos Estados pobres. António Guterres apelou aos países ricos para fornecerem cerca de 500 mil milhões de dólares por ano, de modo a ajudar os mais pobres do mundo.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos