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Malawi sob elevado fluxo de refugiados da RDC

O Malawi está a enfrentar um elevado fluxo de refugiados da violência que se intensificou recentemente no Leste da República Democrática do Congo (RDC). O alerta é do Programa Alimentar Mundial (PAM).

Os conflitos na região dos Grandes Lagos, particularmente na República Democrática do Congo, resultaram num fluxo contínuo de refugiados para o Malawi, há mais de duas décadas, com um recente aumento de recém-chegados, diz Paul Turnbull, representante da Agência de Ajuda Alimentar da ONU no Malawi.

“A situação é alarmante”, segundo o responsável da ONU, que acrescenta que o campo de Dzaleka, único campo de refugiados no Malawi e localizado a cerca de 40 quilómetros da capital Lilongwe, foi inicialmente concebido para acolher 10 mil pessoas. Porém, tem, hoje, cerca de 56 mil refugiados, na sua maioria congoleses, escreve o Jornal de Angola.

Em Março do ano passado, o campo tinha pouco mais de 49 mil refugiados, dos quais pelo menos 560 chegaram em Setembro passado. A maioria são congoleses (62%), mas também burundeses (19%) e ruandeses (7%), sendo os restantes provenientes da Etiópia e da Somália, indica a publicação a que nos referimos.

A superlotação do campo de refugiados causa tensões, como o recente incidente, em que refugiados apreenderam um carro do PAM, para mostrar descontentamento com a retirada de 600 famílias das listas de beneficiários da distribuição de alimentos, de um total de 11 pessoas.

“A assistência alimentar deve ser fornecida de acordo com a vulnerabilidade”, disse Turnbull, acrescentando que alguns refugiados abriram pequenos negócios ou encontraram outros meios de subsistência.

O Leste da RDC é assolado pela violência de grupos armados há quase três décadas. A luta intensificou-se recentemente entre o Movimento 23 de Março (M23) e as Forças Armadas Congolesas (FARDC).

Mais de 232 000 civis foram deslocados, desde o início das hostilidades, de acordo com o Departamento de Assuntos Humanitários da ONU na RDC (OCHA), e pelo menos 183 mil foram deslocados desde 20 de Outubro último.

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