Pelo menos duas pessoas morreram e várias ficaram feridas, este domingo, em Myanmar (antiga Birmânia), quando a polícia pretendia reprimir manifestações contra o golpe militar ocorrido a 1 de Fevereiro.
Segundo a imprensa internacional, a polícia atirou contra os manifestantes recorrendo a balas reais, durante um protesto na cidade de Dawei, no sul do país.
Um jovem também foi morto em manifestações em Rangum, a antiga capital do país, após alegadamente ter sido baleado pela polícia, escreve o Notícias ao Minuto, citando o diário Mizzima, que acrescenta ainda que pelo menos quatro pessoas ficaram feridas.
No sábado, houve igualmente violência quando 479 pessoas foram detidas sob a acusação de “protestos contra o Estado”.
Apesar da repressão do dia anterior, milhares de birmaneses voltaram este domingo às ruas para rejeitar o golpe militar de 1 de Fevereiro e exigir a libertação dos políticos eleitos detidos, incluindo a líder deposta e Prémio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi.
A polícia em Rangum, a antiga capital e cidade mais populosa de Myanmar, voltou este domingo a responder duramente, numa tentativa de dispersar a multidão e silenciar a dissidência contra os militares, diz o Notícias ao Minuto.
Até sábado, oito pessoas tinham morrido em resultado da violência desencadeada após o golpe, três delas mortas a tiro pela polícia, segundo dados da Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos na Birmânia, tendo sido detidas desde o início da revolta 854 pessoas, das quais 83 já foram libertadas.
A junta militar, chefiada pelo general Min Aung Hlaing, acusado de genocídio por alegadamente ter orquestrado a campanha de violência contra o grupo étnico rohingya em 2017, no oeste do país, afirmou que a polícia utiliza o mínimo de força contra as manifestações.
Os militares justificam o golpe de estado alegando fraude eleitoral cometida nas eleições legislativas de Novembro, nas quais a Liga Nacional para a Democracia, partido de Suu Kyi, venceu por esmagadora maioria, diz a nossa fonte.
A comunidade internacional tem anunciado sanções contra os líderes do golpe militar, incluindo o general Min Aung Hlaing, presidente do Conselho Administrativo de Estado e autoridade máxima em Myanmar.
A nova Comissão Eleitoral da União de Myanmar reuniu-se com representantes dos partidos políticos na capital Nay Pyi Taw e anulou os resultados das eleições realizadas em Novembro de 2020. Prometeu realizar com sucesso novas eleições livres e justas ao abrigo da Constituição.