O número de pessoas gravemente desnutridas em Tigray, na região norte da Etiópia, tende a aumentar. De acordo com a Organização das Nações Unidas, actualmente, 8,8 milhões de pessoas precisam de ajuda alimentar.
Um acordo assinado em novembro de 2022 entre o governo e os rebeldes pôs fim a dois anos de conflito, permitindo que a ajuda alimentar chegasse lentamente, mas a região registou “um aumento acentuado de casos” de pacientes que sofrem de complicações da subnutrição, refere o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), num relatório divulgado segunda-feira.
Além das cerca de 8,8 milhões de pessoas que necessitam de ajuda alimentar no norte da Etiópia, há milhões afetados pela seca no sul e sudeste, o que deverá agravar a situação nos próximos meses.
O mês de Abril deste ano, quando comparado com igual período do ano passado, registou um aumento de 196% de admissões por desnutrição grave no Tigray.
Em todo o país, o OCHA observou um aumento de 15% nos “internamentos por desnutrição aguda” entre Janeiro e Abril em comparação com o mesmo período de 2022.
O Programa Alimentar Mundial (PAM) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) suspenderam a ajuda alimentar ao segundo país mais populoso de África em Junho, alegando que grande parte dos alimentos estava a ser desviada.
A “pausa temporária na ajuda alimentar no Tigray” está a ter “impacto negativo nas já altas taxas de desnutrição”, sublinha o OCHA.
Cerca de 20 mil milhões de pessoas na Etiópia dependem da ajuda alimentar, de acordo com agência das Nações Unidas.