Falando esta terça-feira, dia alusivo ao combate às piores formas de trabalho infantil, o director do Trabalho na cidade de Maputo, Jafar Buane, disse que as piores formas de trabalho infantil que se registam neste ponto do país estão nos sectores da pesca e agricultura. Entretanto, o sector do comércio informal é o mais crítico, com cerca de 74% de menores.
“Nós temos uma situação na Cidade de Maputo que nos apoquenta, porque o sector informal é aquele que é alimentado por crianças. Estamos a falar da faixa etária dos sete aos 17 anos. Crianças nessa faixa, na cidade de Maputo, temos 300 mil e, dessas, temos 74.4% que estão no sector do comércio”, disse Jafar Buane, acrescentando que o trabalho infantil tem o seu contexto e sua especificidade, variando de região para região, com destaque para agricultura e pesca, que, apesar de não abrangerem um número elevado de crianças, também constituem preocupação.
De acordo com o director do Trabalho na cidade de Maputo, o Governo tem vindo a desenvolver esforços com vista a estancar este fenómeno. Contudo, “não tem sido fácil, porque também há instrumentos que não favorecem. Mas também não pode ser por via coerciva que se retiram as crianças do trabalho infantil, pois há razões de vária ordem que lhes fazem estar na rua, desde a pobreza até ao facto de serem órfãos”, reconheceu Jafar Buane.
Em Moçambique, mais de um milhão de crianças com idades compreendidas entre 7 e 17 anos estão envolvidas no trabalho infantil.