Camarões, Chade e Níger iniciaram esta sexta-feira uma campanha para imunizar 21 milhões de crianças com menos de 5 anos contra a Poliomielite, na maior campanha de vacinação contra a doença em África desde 2020, anunciou esta sexta-feira a OMS, citado pelo Observador.
A campanha, segundo a OMS, será também alargada na próxima semana à República Centro-Africana, onde foram detectados até agora sete casos de poliovírus tipo 2 este ano.
Num comunicado citado pela fonte, a directora da agência da ONU para África, Matshidiso Moeti, afirmou que o calendário desta campanha garantirá que um grande número de crianças nos quatro países receba a vacina ao mesmo tempo, o que melhorará a imunidade contra a Poliomielite numa vasta área geográfica.
A directora regional sublinhou que se trata de uma oportunidade para “colmatar as lacunas de vacinação” criadas pela pandemia de COVID-19, quando as restrições impediram muitas crianças de aceder àquelas vacinas.
De facto, de acordo com a OMS, a região do lago Chade, onde se encontram três dos quatro países onde está a decorrer a campanha de imunização, é um dos locais com maior percentagem de crianças que não receberam qualquer tipo de vacina.
Embora os quatro países estejam livres do Poliovírus selvagem autóctone, o Poliovírus circulante tipo 2, a forma mais prevalente de Poliomielite em África, ainda persiste, tendo sido detetados mais de 400 casos em 14 países do continente no ano passado.
A OMS afirma que, desde o início de 2023, foi detectado na Nigéria e foram confirmados seis casos no Chade, para além das sete infeções na República Centro-Africana, segundo a OMS.
A poliomielite pode circular entre populações insuficientemente imunizadas, pelo que a detecção de surtos e o lançamento de campanhas de vacinação são essenciais para os conter.
A poliomielite é uma doença infecciosa causada por um vírus que não tem cura e cujos sintomas incluem febre, fadiga, vómitos e dores de cabeça e, em alguns casos, pode causar paralisia dos membros.