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Magid Osman: Um (bom) barreirista por detrás dos cifrões

Magid Osman tem uma trajectória conhecida, como homem forte na área da "mola". Daí que, a muitos que o conhecem, não passe pela cabeça que este cidadão, óculos com graduação alta, falas mansas sempre viradas para os cifrões, tenha sido um grande atleta nos 110 metros barreiras e excelente executante no futebol de salão.

Diariamente, era vê-lo no então Sporting de Lourenço Marques, a treinar duro para melhorar as suas marcas, rivalizando com o seu colega de equipa Abdul Ismail. Estamos a falar de meados da década 60.

Ter sabido compensar a sua insuficiente massa muscular e o baixo peso (75kg) através de um aturado trabalho técnico, foram os seus principais argumentos. Ensaiava até ao pormenor o arranque, depois a passada certa e forma de passar as barreiras. Nada de improvisos.
Fez parte de algumas selecções nacionais. O seu melhor tempo andava pelos 15.3 segundos, muito próximo do recorde nacional que nunca chegou a bater. Corria os 100 metros  planos com o tempo a rondar os 11 segundos, que em pista de cinza era uma marca assinalável.

 

DEIXOU O FUTEBOL PARA NÃO SER… DAVIDS

Chegou a jogar o futebol nos juniores do Desportivo de Maputo, mas não continuou nesta modalidade pelo facto de não enxergar bem, pois usava óculos. E como não queria ser como Edgar Davids (um craque da selecção da Holanda que jogava com óculos), optou pelo atletismo, passando para o Sporting, sob orientação de Luís Revés, uma vez que o treinador "alvi-negro" António Matos, era muito exigente.

 

PERDEU-SE UM ATLETA GANHOU-SE UM ECONOMISTA

Após ter ido para Portugal seguir os estudos, o frio e a intensidade dos treinos no CDUL (Clube Desportivo Universitário de Lisboa), fizeram com que abandonasse as pistas. A sua veia para assuntos de economia, falou mais alto. Perdeu-se um bom barreirista, mas ganhou-se um dos nossos mais conceituados homens das finanças.

No seu estilo recatado, revelou-nos um dia que continua a acompanhar o desporto, mas que a sua vida desportiva, comparada com a de Eusébio, Mutola ou Coluna, não tem interesse para a sociedade.
Mas nós consideramos, sem favor, este madala de sucesso, um desportista dedicado e acima da média.

 

 

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