Discriminação, tabus e desespero…são algumas palavras comuns para quem tem filhos com necessidades especiais. Luísa Filipe, mãe de dois filhos nessa condição é disso exemplo. À nossa reportagem contou os dramas que passou.
“Foi difícil porque as duas famílias – a do meu marido e a minha – lançavam a culpa para o outro lado e não queriam entender que é uma situação que acontece e que é comum. A sociedade também faz a sua pressão no dia-a-dia, falo de vizinhos, das pessoas na rua etc. Graças ao meu marido que foi forte ele me encorajou e juntos lutamos para criar os nossos filhos”, contou Luísa para depois retratar uma das situações mais complicadas que tem vindo a passar. “Nos chapas é pior porque cobram-nos muito mais. No lugar de pagar 12 meticais, porque temos que levar connosco a carinha, eles taxam-nos até 100 meticais. É dramático porque eles não entendem a nossa aflicção”, lamentou.
Entretanto, com o lançamento do projecto Futuro Esperança ela acredita que a iniciativa poderá ajudar na mudança da mentalidade das pessoas sobre a matéria. “Ajudará a fazer compreender as pessoas sobre a inclusão, temos aqui crianças e elas precisam entender a conviver com a diferença. Esse projecto poderá chamar atenção inclusive a adultos que desenvolvem atitudes negativas sobre essa situação”, terminou.
O mesmo pensamento foi partilhado por outras mães que reiteraram a necessidade de se trabalhar nas mentes como a cura para acabar com a discriminação. E porque o projecto é direcionado às crianças, estas mostraram que aprenderam os ensinamentos deixados. “Aprendemos que temos que respeitar as crianças com necessidades especiais, temos que brincar e conviver com elas”, disse Ana Ubisse.