Emmanuel Macron vence as eleições em França e renova mandato como Presidente. A diferença para Le Pen é mais curta do que em 2017, pelo que se congratulou.
“O resultado desta noite, por si só, representa uma vitória”. As ideias que representamos atingem novos patamares na noite das eleições, com mais de 43% dos votos. Milhões dos nossos compatriotas escolheram a União Nacional. Estendo a minha mais profunda gratidão àqueles que confiaram em mim na primeira volta e aos milhões que se juntaram a nós na segunda”, afirmou a líder de extrema-direita, apelidando os resultados desta noite de “vitória retumbante. “Um grande vento de liberdade poderia ter-se levantado sobre o país. A escolha das urnas, que respeito, decidiu de outra maneira”, declarou Le Pen no discurso de derrota, no Pavilhão d’Armenonville, no nordeste de Paris.
“Mais do que nunca, continuarei o meu compromisso com a França e com os franceses. Hoje não tenho ressentimentos nem rancores. Já fomos enterrados mil vezes e mil vezes a história provou que estavam errados aqueles que previam ou esperavam o nosso desaparecimento”, afirmou Marine Le Pen, que prometeu uma “grande batalha eleitoral” nas legislativas, que também se realizam este ano.
Os líderes da União Europeia (UE) felicitaram Emmanuel Macron pela sua reeleição como Presidente da França, com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a congratular-se por a Europa poder “contar com a França por mais cinco anos”.
“Nestes tempos turbulentos, precisamos de uma Europa forte e de uma França totalmente comprometida com uma UE mais soberana e estratégica”, escreveu Charles Michel, que representa os Estados-membros, no Twitter.
No mesmo sentido, pronunciou-se a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. “Estou ansiosa para continuar a nossa excelente cooperação. Juntos, avançaremos com a França e a Europa”, afirmou.
Na sua intervenção, poucos minutos depois de serem conhecidas as primeiras projecções, tanto Marine Le Pen como Jean-Luc Mélenchon lançaram a sua campanha para as eleições legislativas de Junho em França, ao dizerem, de formas distintas, que a sua batalha começava ontem. É nessas eleições que contam reequilibrar forças e posicionar-se como contrapoder ao Presidente eleito.
“A terceira volta começa esta noite. Nós podemos vencer Macron. Um outro mundo ainda é possível”, declarou Mélenchon, do partido França Insubmissa, que conseguiu o terceiro lugar na primeira volta com apenas menos 400 mil votos do que Marine Le Pen, candidata da União Nacional.
Esta, por sua vez, declarou: “Lançamos esta noite a grande batalha das legislativas, com todos os que tiveram a coragem de se opor a Emmanuel Macron.”
A candidata de extrema-direita Marine Le Pen conseguiu o resultado mais alto das suas três candidaturas presidenciais, estimando-se que tenha obtido à volta de 42% dos votos – uma diferença assinalável para os 34% que conseguiu em 2017 e os 18% de 2012, quando não passou à segunda volta.
Nas últimas eleições, de 2017, a candidata da extrema-direita disputou a segunda volta com Emmanuel Macron, sofrendo uma derrota com 34% face aos 66% de Macron.
Já em 2012, a primeira vez que se apresentou a votos em eleições presidenciais, Marine Le Pen não chegou à segunda volta, acabando atrás do socialista François Hollande e do então presidente em exercício Nicolas Sarkozy (Hollande venceu a segunda volta).
Mesmo assim, Marine Le Pen conseguiu, na altura, superar as votações do pai, Jean-Marie Le Pen, tanto em percentagem como em número de votos, apesar de o pai ter chegado, uma vez, à segunda volta, em 2002 (que perdeu para Jacques Chirac, com uma diferença gigante de 82% para 18%). O pai, fundador do partido então chamado Frente Nacional (mudou o nome em 2018), concorreu a cinco eleições desde 1974 (falhou uma, em 1981, por não ter conseguido assinaturas suficientes).