O presidente francês, Emmanuel Macron, considerou “intolerável” o ataque ao hospital Nasser, em Gaza, e instou Israel a respeitar o Direito internacional, salientando que “civis e jornalistas devem ser protegidos em todas as circunstâncias”.
“Os meios de comunicação social devem poder cumprir a sua missão de forma livre e independente para cobrir a realidade do conflito”, disse Macron após uma conversa telefónica com o Emir do Qatar, cita Lusa.
Vários países, a par da França, condenaram o ataque israelita ao hospital Nasser, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, que matou pelo menos 20 pessoas, incluindo cinco jornalistas.
O chefe da diplomacia do Qatar, Mayed al-Ansari, condenou estes ataques, que disse constituírem “um novo episódio na série de crimes odiosos cometidos pela ocupação contra o povo palestiniano irmão e uma violação flagrante do direito internacional”.
Al-Ansari sublinhou que ataques contra jornalistas e pessoal médico requerem “uma acção internacional e decisiva”.
Também a diplomacia alemã manifestou o seu choque com a morte de jornalistas, de equipas de salvamento e de civis, defendendo que o ataque deve ser investigado.
De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, Israel deve “permitir imediatamente o acesso de meios de comunicação estrangeiros independentes e garantir a proteção dos jornalistas em Gaza”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano descreveu o ataque como um “crime odioso”.
O Vaticano, através do cardeal Pietro Parolin, diz-se “atordoado com o que está a acontecer em Gaza”, apesar da “condenação mundial”.
“Também aqui parece que não há atualmente nenhuma esperança de solução e que a situação está a tornar-se cada vez mais complicada, sobretudo do ponto de vista humanitário”, acrescentou.
Também os chefes da diplomacia dos 57 países-membros da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI), que se reuniram hoje, afirmaram que Israel deve ser responsabilizado pelo Direito internacional por “crimes de guerra e genocídio” na Faixa de Gaza.
Os países apresentaram uma resolução em que exigem responsabilização e ação penal ao abrigo do direito internacional numa reunião extraordinária realizada na cidade saudita de Jeddah.
Em Novembro passado, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu três mandados de captura para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o antigo ministro da Defesa de Israel Yoav Gallant e o líder do Hamas, Mohammed Deif – entretanto morto – pelas acções realizadas na Faixa de Gaza e nos ataques do Hamas a 7 de Outubro de 2023, que desencadearam a ofensiva israelita no território palestiniano.
Israel bombardeou o hospital Nasser, esta manhã e, quando jornalistas e socorristas chegaram ao local para ajudar as vítimas e documentar o que aconteceu, voltou a bombardeá-lo, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, numa técnica conhecida como “golpe duplo”.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, definiu o ataque como “um trágico acidente”.